Estudo da FGV destaca importância de considerar o impacto do dólar nos investimentos
Investir em ativos internacionais, especialmente em dólar, pode ser uma estratégia fundamental para proteger o patrimônio dos brasileiros em MEIo às variações cambiais. Um estudo realizado pela FGV ressalta a necessidade de diversificação das carteiras de investimento para minimizar os riscos associados à valorização ou desvalorização da moeda estrangeira em relação ao real.
De acordo com os especialistas, a alocação de pelo menos 16% em ativos internacionais é recomendada para proteger o poder de compra, sendo esse percentual ainda maior para famílias de alta renda, que podem precisar de 17 a 18% de exposição. A falta de consideração do impacto do dólar nos investimentos pode resultar em perdas significativas, principalmente diante do cenário de globalização e interconexão econômica.
Benefícios da diversificação e acessibilidade a setores internacionais
A diversificação internacional não só oferece proteção contra a volatilidade cambial, mas também amplia as oportunidades de rentabilidade da carteira. Ao investir em mercados estrangeiros, os investidores podem aproveitar o crescimento de setores específicos que não são representativos na bolsa brasileira, como tecnologia, biotecnologia e outros. Empresas como Meta (ex-Facebook), Apple, Amazon, Netflix e Google apresentaram um retorno médio de 340% entre 2020 e 2024, em comparação com o S&P500 e o Ibovespa, que registraram retornos menores no mesmo período.
Além disso, a diversificação internacional proporciona um acesso mais amplo a diversas oportunidades de investimento ao redor do mundo, permitindo aos brasileiros potencializar seus ganhos e minimizar os impactos de oscilações específicas do mercado nacional.
Conexão entre inflação, taxa de câmbio e necessidade de proteção patrimonial
A relação entre inflação, taxa de câmbio e investimentos em ativos internacionais é essencial para entender a importância de considerar o impacto do dólar nos investimentos. A variação cambial afeta diretamente cerca de 10% dos produtos consumidos no Brasil, que têm seus preços indexados principalmente ao dólar. Eletrônicos, veículos, combustíveis, medicamentos e alimentos são os itens mais impactados pela flutuação cambial, podendo gerar um aumento médio de até 14% nos preços, dependendo da faixa de renda.
Nesse sentido, a diversificação das carteiras com investimentos em fundos cambiais ou ativos internacionais pode ser uma estratégia eficaz para preservar o poder de compra e mitigar os efeitos das oscilações cambiais sobre o custo de vida. A proteção patrimonial se torna fundamental diante da exposição indireta de todos os brasileiros ao risco cambial, ressaltando a necessidade de uma abordagem mais ampla de diversificação do portfólio.
Impactos dos gastos no exterior e volatilidade cambial
Além da inflação, os gastos no exterior e a volatilidade cambial devem ser considerados ao avaliar o impacto do dólar nos investimentos. No ano de 2023, 24 milhões de brasileiros das classes média alta e alta gastaram cerca de US$ 19,5 bilhões em viagens e educação no exterior, acrescentando 2,65% ao impacto cambial em suas economias.
Com um dólar médio de R$ 4,27 entre 2014 e 2024, representando uma variação de 22,6%, o estudo destaca a importância de incorporar esses fatores na construção de uma estratégia de investimento sólida. A exposição ao risco cambial afeta diretamente a cesta de consumo de todos os brasileiros, reforçando a necessidade de proteção patrimonial por MEIo da diversificação internacional de ativos.
Em suma, considerar o impacto do dólar nos investimentos e adotar uma postura proativa em relação à diversificação e proteção patrimonial são fundamentais para garantir a segurança financeira e maximizar os retornos dos investidores em um cenário econômico globalizado e dinâmico.
Fonte: Exame
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