Fraudes na Black Friday: Como a Inteligência Artificial e Dados Vazados Aumentam a Ameaça ao E-commerce Brasileiro
Às vésperas da Black Friday, surge um alerta importante sobre fraudes no comércio eletrônico. Segundo a Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce, a expectativa é de que a data movimente cerca de R$ 13 bilhões no Brasil. No entanto, é preciso atentar para um aumento significativo nas tentativas de fraude durante esse período, conforme apontado por dados da Equifax BoaVista.
No cenário atual, o varejo digital aquecido se torna um campo fértil para criminosos aplicarem golpes cada vez mais elaborados. Na edição anterior da Black Friday, o ticket médio das fraudes alcançou R$ 1.371,87, com um índice de fraude de 4,4%, considerando a relação entre pedidos suspeitos e transações bloqueadas.
Tecnologias Avançadas Ampliam a Complexidade dos Golpes
O uso de tecnologias como Inteligência Artificial generativa e deepfakes de voz e vídeo tem possibilitado a criação de golpes mais sofisticados. A capacidade de simular identidades, manipular provas e explorar brechas nos sistemas de autenticação se tornou uma realidade, tornando os golpes personalizados e de difícil detecção.
Além disso, a utilização de dados reais de consumidores obtidos em vazamentos em larga escala tem se mostrado uma prática comum entre os fraudadores. Com essas informações, os criminosos conseguem acessar contas em plataformas de e-commerce, inclusive as inativas, driblando as verificações baseadas em correspondência de dados. Especialistas também alertam para a vulnerabilidade de grupos menos familiarizados com tecnologia e com históricos financeiros mais robustos, como o público idoso.
Estratégias de Proteção Reforçadas para Enfrentar as Ameaças
Diante desse contexto desafiador, é crucial que as empresas revisem suas políticas de segurança e privacidade antes da Black Friday. Alguns pontos-chave a serem considerados incluem a validação de dados cadastrais, a análise orientada por dados, a implementação de múltiplas camadas de proteção e o equilíbrio entre segurança e experiência de compra.
As empresas devem buscar o controle do atrito, sem comprometer a jornada do consumidor, e investir em educação para que os usuários reconheçam os novos formatos de golpes. Além disso, a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se mostra fundamental, exigindo a implementação de medidas técnicas e administrativas rigorosas para proteger os dados pessoais contra ameaças cibernéticas.
Em resumo, a Black Friday se apresenta não apenas como uma oportunidade para os consumidores realizarem compras com descontos, mas também como um momento crítico em que as empresas precisam estar especialmente vigilantes para proteger seus clientes e garantir a segurança das transações online. A adoção de estratégias robustas de segurança e o cumprimento das regulamentações vigentes são essenciais para mitigar os riscos de fraudes e oferecer uma experiência de compra segura e confiável.
Fonte: Jornal Contábil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
