Nova tributação no VGBL pode impactar investidores
Uma mudança no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem gerado preocupação entre investidores em planos de Previdência VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). A partir de 2026, a Receita Federal passará a cobrar 5% de IOF sobre aportes que ultrapassem os R$ 600 mil. Especialistas alertam que essa taxação pode afetar até mesmo investidores de classe média.
O diretor de Previdência da MAG, Gleisson Rubin, exemplifica o impacto com o caso de alguém que venda um imóvel por R$ 1 milhão e invista em um VGBL. Segundo as novas regras, os primeiros R$ 600 mil aplicados estariam isentos de Imposto, mas os R$ 400 mil restantes teriam uma cobrança de 5% de IOF, equivalente a R$ 20 mil. Rubin destaca que essa perda não se limita ao valor imediato, mas também considera os juros compostos ao longo do tempo.
Análise do impacto a longo prazo
Uma simulação realizada pelo diretor mostra que, em um cenário de IPCA + 4% ao ano, os R$ 20 mil pagos de IOF inicialmente poderiam se transformar em mais de R$ 100 mil em 20 anos. Isso levanta a questão de privar o investidor de um potencial ganho considerável em sua reserva para a aposentadoria, mesmo que não seja considerado de alta renda.
Apesar do impacto da nova tributação, Rubin ressalta que o VGBL ainda pode ser atrativo em comparação a outros investimentos. Após 10 anos, a alíquota do Imposto de Renda incidente sobre o plano cai para 10%, valor menor se comparado a aplicações em renda fixa ou ações.
Diferenciais do VGBL e futuras decisões de investimento
O diretor destaca dois diferenciais importantes dos planos VGBL, que seguem válidos mesmo com a mudança na cobrança de Impostos. Em primeiro lugar, os recursos acumulados não entram no inventário, o que significa que os herdeiros teriam acesso imediato ao valor das aplicações em caso de falecimento do titular do plano. Além disso, quem contrata o VGBL tem a liberdade de definir quem será seu beneficiário, não sendo necessário que sejam herdeiros legais.
Apesar dessas vantagens, Rubin enfatiza a importância de analisar individualmente se o VGBL continua sendo a melhor opção para o investidor, levando em consideração suas necessidades específicas e objetivos financeiros.
Impacto no mercado de Previdência complementar
A mudança na tributação do VGBL teve reflexos no mercado de Previdência complementar aberta. Em junho de 2025, o setor registrou uma captação líquida negativa de R$ 3,1 bilhões, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
Isso representa uma queda de 170,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com uma redução de R$ 7,5 bilhões. Os prêmios e contribuições totalizaram R$ 8,2 bilhões, uma retração de 44,9%, enquanto os resgates aumentaram 7,6%, chegando a R$ 11,4 bilhões.
Conclusão
Com aproximadamente 13,6 milhões de planos de Previdência aberta no país, o VGBL é o mais popular, representando 62% do total. Os planos PGBL correspondem a 23%, enquanto os demais estão distribuídos em planos tradicionais.
Diante desse cenário, os investidores e especialistas do mercado devem ficar atentos às mudanças e avaliar criteriosamente as opções de investimento em Previdência, considerando o impacto das novas regras e buscando a melhor estratégia para alcançar seus objetivos financeiros.
Fonte: InfoMoney
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
