Tarifaço de Trump terá impacto limitado de até 0,3 p.p. no PIB brasileiro
Após a assinatura do decreto por Donald Trump, que estabelece uma tarifa de 50% para produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, gestoras de investimentos calculam que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será reduzido. Isso se deve em parte a uma extensa lista de exceções incluídas no decreto, que excluem diversos produtos como artigos de aviação civil, energia, fertilizantes, madeira, metais preciosos, estanho e alumina.
No setor do agronegócio, produtos sensíveis para o mercado americano, como o suco de laranja, foram preservados da tarifa de 50%. Por outro lado, produtos como café, cacau, carne, frutas, calçados, etanol, açúcar e vestuário não foram poupados e devem sofrer taxação, conforme destaca a corretora Monte Bravo.
Diversas análises apontam para um impacto entre 0,1 e 0,3 p.p. no PIB brasileiro
De acordo com análises de gestoras de investimento e bancos, o impacto das tarifas no PIB do Brasil varia. A corretora Monte Bravo estima uma redução entre 0,10 e 0,20 p.p., enquanto o Banco Daycoval prevê uma perda de 0,13 p.p. Por sua vez, a XP calcula uma redução de 0,15 p.p., a Kinea estima 0,20 p.p., o Goldman Sachs projeta 0,25 p.p. e o Bradesco prevê o maior impacto, de 0,30 p.p.
Segundo a XP, a lista de exceções abrange 42% das exportações brasileiras para os EUA, o que poderia reduzir as exportações em 2025 em cerca de US$ 3,5 bilhões, equivalente a 0,15 p.p. do PIB, abaixo da estimativa inicial de 0,30 p.p.
Isenções reduzem impacto negativo em setores específicos
O Banco Daycoval destaca que as isenções são especialmente expressivas no grupo de combustíveis e lubrificantes, com praticamente 100% das exportações brasileiras livres da tarifa. Já a Kinea ressalta que várias exportações para os EUA têm exceções, como o óleo combustível, e que é possível triangular produtos para outros mercados, como o café.
O Goldman Sachs acredita que medidas de apoio aos setores mais afetados e a busca por novos mercados poderiam amenizar o impacto das tarifas sobre a atividade econômica. Por sua vez, o Bradesco estima um impacto de 0,3 p.p. no PIB brasileiro devido à queda nas exportações, mas ressalta que produtos como café e carnes bovinas podem ser redirecionados para outros mercados, diminuindo o impacto estimado.
Diante desse cenário, a análise mostra que o tarifaço de Trump, apesar de ter impacto significativo em alguns setores, não deve ultrapassar 0,3 p.p. no PIB brasileiro, graças às exceções e possibilidades de redirecionamento das exportações afetadas.
Fonte: CNN Brasil
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