Inflação nos EUA preocupa, mas não deve alterar corte de juros imediatamente
A inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos apresentou alta de 0,4% em agosto, após um aumento de 0,2% em julho. Em um período de 12 meses, a inflação avançou 2,9%, o maior crescimento desde janeiro, permanecendo acima da meta de 2%. Esse índice foi impulsionado por aumentos de 1,9% na gasolina, 0,7% em energia e 0,6% em alimentos no domicílio.
Apesar do crescimento da inflação acima do esperado, analistas acreditam que isso não deve impedir o Federal Reserve (Fed) de reduzir a taxa de juros em sua próxima reunião, agendada para 17 de setembro. A expectativa é que o impacto maior possa estar no ritmo dos cortes de juros no futuro.
Andressa Durão, economista do ASA, destaca que embora as tarifas ainda representem um risco significativo para a inflação nos próximos meses, o efeito das composições de agosto auxilia nas previsões do Fed. Já Isadora Junqueira, economista da AZ Quest, acredita que a leitura da inflação influenciará a comunicação do presidente do Fed, Jerome Powell, e o ritmo dos cortes de juros.
Além da inflação, o mercado de trabalho também é um ponto de atenção para o Federal Reserve. Com a revisão para baixo de 911 mil postos de trabalho nas folhas de pagamento, o mercado de trabalho nos EUA encontra-se pouco aquecido, favorecendo a possibilidade de cortes de juros. Rafael Perez, economista da Suno Research, ressalta que as decisões do Fed tendem a considerar mais o mandato relacionado ao emprego diante da fraqueza evidente no mercado de trabalho.
De acordo com Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a trajetória dos juros nos Estados Unidos parece estar limitada, com projeções que antes indicavam cortes mais acentuados sendo revistas. A criação de empregos nos EUA tem sido fraca desde maio, como apontou o Escritório de Estatísticas do Trabalho do Departamento do Trabalho ao divulgar a criação de apenas 22 mil vagas de trabalho em agosto, abaixo do esperado.
Em suma, apesar da inflação acima do esperado nos EUA e dos desafios presentes na economia, a tendência é que o Fed mantenha seu plano de cortes de juros para estimular a economia e suavizar a desaceleração, considerando tanto a inflação quanto a situação do mercado de trabalho como fatores determinantes em suas decisões.
Fonte: InfoMoney
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