IPCA de outubro confirma desaceleração e reforça corte da Selic no início de 2026
A inflação do mês de outubro registrou alta de 0,09%, abaixo das expectativas de 0,15%, impulsionada principalmente pela deflação nos preços de alimentos em domicílio e pelos custos menores com energia elétrica. Esse resultado confirma a desaceleração do IPCA, levando a uma redução na inflação acumulada em 12 meses, que passou de 5,17% para 4,68%, o menor nível em nove meses.
De acordo com especialistas, essa foi a menor variação de inflação para o mês de outubro desde 1998. Esse cenário de desaceleração reforça a expectativa de início do ciclo de cortes da Selic em 2026, gerando impacto positivo na curva de juros, conforme apontado por Pablo Spyer, conselheiro da Associação Nacional das Corretoras de Valores.
O Departamento de Pesquisas Econômicas do Daycoval destacou a surpresa com a deflação em alimentos e a modesta alta em bens industriais, indicando um viés de baixa para a inflação deste ano. A queda de 2,39% nos custos de energia elétrica residencial foi um fator chave nessa redução da inflação em outubro.
Três dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação, sendo Habitação o principal fator, seguido por Artigos de residência e Comunicação. Em contrapartida, os grupos de Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais foram os responsáveis pelas altas no índice.
Os serviços automotivos apresentaram deflação maior do que o projetado, mas os serviços subjacentes permanecem em patamar elevado, representando um desafio para o Banco Central. Apesar de alguns setores terem ficado abaixo das expectativas, como os bens industriais, a projeção é que o grupo encerre o ano em torno de 2,7%.
Quanto à projeção de inflação, o Daycoval prevê 4,5% para este ano e 4,1% para 2026, enquanto o ASA mantém a expectativa de 4,5% para ambos os anos, com viés de baixa. A economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, ressalta que o resultado não altera o cenário de curto prazo, com a ata do Copom indicando a manutenção da Selic em 15%.
Para a Galapagos Capital, a expectativa é de início do ciclo de cortes de juros em janeiro de 2026, com projeção de redução da Selic para 10,5% ao longo do ano. A ata do Copom reforça a convicção do comitê em manter a taxa Selic em 15% por um período prolongado, com foco na convergência da inflação à meta.
Fonte original: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
