Importações de aço e tarifaço ameaçam mais de 37 mil empregos em siderúrgicas

Importações de aço ameaçam empregos nas siderúrgicas brasileiras

A importação de aço no Brasil tem crescido de forma significativa, alcançando um aumento de 40% apenas de janeiro a julho deste ano. Esse cenário preocupa o Instituto Aço Brasil, que alerta para a possibilidade de até 37,6 mil empregos serem perdidos nas siderúrgicas do país. Atualmente, as indústrias empregam 117 mil pessoas.

O presidente do Instituto Aço Brasil destacou que as importações de aço representam 30% do consumo interno, quando historicamente esse número ficava entre 10% e 12%. Além disso, há 6,1 milhões de toneladas de produtos que contêm aço, como máquinas e veículos, que poderiam ser fabricados no Brasil.

Capacidade produtiva e impacto nos empregos

A indústria siderúrgica brasileira opera com apenas 66% de sua capacidade, abaixo dos 80% esperados para o setor. Se essa tendência de importações crescentes continuar, a capacidade produtiva pode cair para 40%, resultando na possível eliminação de 37 mil empregos. Por outro lado, se a capacidade atingir os 80%, 17 mil novas vagas de emprego poderiam ser abertas.

Tensões comerciais e tarifas

O aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil preocupa o setor siderúrgico, especialmente com as tarifas impostas pelo presidente americano. Em março, as taxas sobre exportações brasileiras subiram para 25%, chegando a 50% em junho. Essa situação coloca em risco empregos e investimentos no Brasil.

Os exportadores de ferro-gusa do Brasil, por sua vez, têm mantido diálogo com clientes americanos para garantir a continuidade das exportações, mesmo diante das incertezas das políticas tarifárias. Enquanto o ferro-gusa foi poupado das tarifas mais pesadas até o momento, ainda há preocupações quanto a possíveis mudanças nesse cenário.

Perspectivas futuras

Mesmo diante das incertezas e desafios Impostos pelas tarifas e aumento das importações de aço, as indústrias brasileiras buscam alternativas para manter sua competitividade no mercado internacional e proteger os empregos no setor siderúrgico. Negociações e estratégias são adotadas para minimizar os impactos negativos e buscar soluções para garantir a sustentabilidade da indústria do aço no Brasil.

Fonte: Valor Econômico