Reforma Tributária expõe fragilidades do Simples Nacional, aponta estudo
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revelou que mais de 70% das empresas enquadradas no Simples Nacional atuam no modelo B2B, ou seja, não vendem diretamente para o consumidor final. Com a reforma tributária em andamento, essas empresas podem enfrentar desafios e perder espaço no mercado, especialmente nos setores de confecção, logística e tecnologia.
A partir de 2026, o Brasil iniciará a transição para a nova fase da reforma tributária, que incluirá a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). De acordo com o estudo, empresas de pequeno e médio porte enquadradas no Simples Nacional correm o risco de perder contratos e competitividade para concorrentes que não se enquadram nesse regime simplificado.
O diretor do IBPT, Carlos Pinto, ressalta que as mudanças previstas na reforma tributária podem reduzir a competitividade das empresas do Simples Nacional em relação às que estão no Lucro Real ou Presumido. Uma das questões-chave está relacionada aos créditos de PIS e Cofins, que atualmente são tomados em 9,25% sobre o valor da nota fiscal, independentemente do regime do fornecedor. Com a reforma, a lógica dos créditos tributários será alterada, o que pode impactar diretamente a competitividade das empresas optantes pelo Simples.
O estudo aponta que setores como tecnologia, confecção, logística e transporte de cargas podem ser os mais afetados pelas mudanças trazidas pela reforma tributária. Empresas que atuam como fornecedoras em cadeias industriais ou prestam serviços para companhias de maior porte deverão reavaliar seu enquadramento no Simples Nacional e buscar alternativas para se adaptar às novas regras.
Para lidar com os desafios Impostos pela reforma tributária, o diretor do IBPT destaca a importância de as empresas contarem com uma assessoria especializada, capaz de orientá-las na adoção de novos padrões, desde contratos até planejamento tributário. Além disso, a mobilização do setor e a conscientização dos empresários sobre os riscos e impactos das mudanças são fundamentais para que as pequenas empresas se preparem e não percam espaço no mercado.
Diante desse cenário de incertezas e desafios, é essencial que as empresas do Simples Nacional estejam atentas às mudanças tributárias e se adequem às novas regras para garantir sua competitividade e sustentabilidade no mercado. A reforma tributária traz transformações significativas que exigirão das empresas uma rápida adaptação e uma reavaliação de suas estratégias e modelos de negócios para enfrentar os desafios que estão por vir.
Fonte original: Exame
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
