Empresas buscam AGU em meio a reforma tributária em busca de segurança legal

Empresas recorrem à AGU para esclarecer dúvidas sobre a reforma tributária

Com a reforma tributária em andamento no Congresso, empresas têm buscado orientações da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre a aplicação das novas regras. Dúvidas surgem especialmente em relação a benefícios fiscais para medicamentos, uso de créditos de PIS e Cofins e tributação de benefícios concedidos a empregados.

Entidades setoriais como Abafarma, CNSaúde e CNT formalizaram questionamentos à AGU para garantir a segurança jurídica das empresas em MEIo a interpretações divergentes e lacunas na legislação em discussão no Senado.

Benefício fiscal para medicamentos gera debates

Um dos principais questionamentos levados à AGU está relacionado à abrangência da alíquota reduzida para medicamentos prevista na reforma. A Lei Complementar nº 214/2025 prevê redução de 60% nas alíquotas de CBS e IBS para medicamentos “registrados” na Anvisa.

A Abafarma argumenta que essa definição pode excluir medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos e antiácidos. A entidade propõe a alteração da para contemplar o termo “regularizado”, ampliando o benefício.

Incerteza sobre créditos de PIS e Cofins reconhecidos judicialmente

Outra questão envolve a possibilidade de compensação de créditos de PIS e Cofins reconhecidos judicialmente após 2026. A preocupação é que decisões judiciais já transitadas em julgado após esse prazo não possam mais ser compensadas, especialmente se o sistema de escrituração EFD-Contribuições for desativado.

O debate sobre a continuidade desses créditos após a extinção das contribuições sociais ainda aguarda definições.

Geração de créditos para benefícios a empregados também é tema de discussão

A CNT questionou a possibilidade de geração de créditos de PIS e Cofins relacionados a despesas com benefícios como plano de saúde, vale-refeição e vale-transporte oferecidos gratuitamente aos trabalhadores. A falta de previsão para concessões por liberalidade do empregador pode gerar desigualdades fiscais e desincentivar a oferta desses benefícios.

Técnicos alertam para a possibilidade de judicialização dessas questões devido à ausência de respostas normativas claras.

AGU e Ministério da Fazenda avaliam demandas

Os questionamentos foram encaminhados à Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária (Sert), ligada ao Ministério da Fazenda, para análise. Após essa etapa, os temas serão discutidos com a Sejan/AGU antes da resposta aos contribuintes.

A expectativa é que eventuais ajustes sejam incorporados ao processo de regulamentação do novo sistema tributário, visando garantir segurança jurídica e evitar inseguranças interpretativas.

Conclusão

A reforma tributária tem levantado questões importantes para as empresas, que buscam esclarecimentos para evitar insegurança jurídica. O diálogo com a AGU e demais órgãos competentes é fundamental para o entendimento e correta aplicação das novas regras. Acompanhar de perto a tramitação da regulamentação e buscar orientação legal especializada são medidas essenciais para as organizações se adaptarem às mudanças legislativas.

Fonte original: Jornal Contábil

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

AmdJus - Portal de contabilidade online
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.