Debate sobre novos modelos de jornada de trabalho no Brasil
Um encontro promovido pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados reascendeu o debate sobre a modernização da jornada de trabalho no Brasil. Representantes de trabalhadores, empregadores, especialistas e parlamentares se reuniram para discutir alternativas ao modelo tradicional da escala 6×1, ainda bastante prevalente no comércio e nos serviços.
Entre as propostas em análise está a PEC 8/25, que sugere uma semana de quatro dias, com três dias de descanso e limite de 36 horas semanais, extinguindo a escala 6×1. A proposta aguarda avaliação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para avançar no Congresso.
Impactos da escala 6×1 na saúde e na vida social dos trabalhadores
O principal ponto discutido durante o encontro foi o impacto da escala 6×1 na saúde e na vida social dos trabalhadores. O modelo de seis dias trabalhados e apenas um dia de descanso é criticado por restringir o convívio familiar, reduzir o tempo de recuperação física e aumentar os riscos de adoecimento, principalmente em setores com jornadas intensas.
Histórico e cenário econômico da redução da jornada
O debate sobre a redução da jornada de trabalho retoma temas importantes da legislação trabalhista, como a redução da jornada máxima de 48 para 44 horas semanais em 1988. Experiências recentes em empresas brasileiras e estrangeiras têm mostrado ganhos de produtividade, diminuição do absenteísmo e melhoria na satisfação dos profissionais com jornadas reduzidas.
Desafios setoriais e negociação coletiva
Apesar da defesa por jornadas mais equilibradas, setores que dependem de operação contínua, como saúde, segurança, transporte e indústrias de fluxo ininterrupto, apresentam desafios específicos. A necessidade de negociação coletiva para adaptar horários e escalas levanta a importância de sindicatos fortalecidos para garantir acordos justos e equilibrados.
Impactos para empregadores e profissionais da contabilidade
Para contadores e gestores de RH, a discussão sobre o fim da escala 6×1 e a possibilidade de adoção de modelos mais flexíveis demanda atenção em pontos como a revisão de acordos coletivos, impactos financeiros das mudanças na jornada, adaptação de sistemas de folha, orientação sobre riscos jurídicos e acompanhamento das tramitações legislativas que podem alterar rotinas trabalhistas.
Conclusão e perspectivas futuras
Com a PEC 8/25 em tramitação e novas discussões previstas, o tema da jornada de trabalho seguirá em destaque nos próximos meses. Especialistas concordam que é necessário equilibrar a competitividade econômica com o bem-estar dos trabalhadores, sendo a mudança na escala 6×1 parte dessa agenda de modernização das relações de trabalho no Brasil.
Fonte: Agência Brasil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
