Câmara analisa possíveis reduções em vantagens fiscais

Câmara dos Deputados discute redução de incentivos tributários federais

Na Câmara dos Deputados, três projetos de lei complementar (PLPs) ganham destaque por propor cortes nos benefícios e incentivos tributários federais, além de estabelecer critérios para novas concessões. Dois desses projetos já estão prontos para votação em plenário: o PLP 41/2019, de autoria do senador Espiridião Amim (PP-SC), e o PLP 128/2025, do deputado Mauro Benevides (PDT-CE). O terceiro projeto, o PLP 182/25, encaminhado pelo governo, terá seu relatório apresentado pelo relator Benevides após reuniões com autoridades.

Em 2024, os subsídios tributários federais atingiram a marca de R$ 564 bilhões, representando 4,8% do PIB, conforme dados do Orçamento de Subsídios da União. Mesmo com as revisões em pauta, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte não serão afetados pelas mudanças propostas.

Impactos e polêmicas dos projetos em discussão

O PLP 182/25, enviado pelo governo, propõe um corte linear de 10% nos benefícios tributários, afetando PIS/Cofins-Importação, CPRB, II e IPI, com um impacto estimado de R$ 19,8 bilhões nos cofres da União. Contudo, um ponto polêmico do projeto é a proposta de aumentar em 10% a base de cálculo do IRPJ e CSLL para empresas com faturamento acima de R$ 1,2 milhão por ano, aspecto em análise pelo relator.

Já o PLP 128/2025 prevê a redução gradual de 10% nos benefícios federais concedidos em 2024 (5% em 2026 e 5% em 2027), além de estabelecer novas regras para isenções, com limite de cinco anos de vigência e teto de 0,2% do PIB. Por sua vez, o PLP 41/2019 define critérios objetivos, metas e procedimentos para a concessão, alteração e avaliação periódica dos benefícios, fortalecendo a transparência e o controle sobre os incentivos.

Contexto e necessidade de revisão dos incentivos fiscais

O relator Benevides destaca que o Brasil gasta cerca de 6% do PIB com isenções tributárias, percentual superior à média da OCDE, que é inferior a 5%. Dez setores concentram 85% dos benefícios, com destaque para o Simples Nacional e o agronegócio, sendo que mais de 60% dos gastos se concentram nas regiões Sul e Sudeste.

Além disso, a proposta em análise determina que novos incentivos só poderão ser concedidos por lei específica, com objetivos claros, metas mensuráveis, avaliação de impacto e revisão obrigatória a cada cinco anos. A tramitação é considerada urgente para corrigir distorções orçamentárias, conforme apontado pelo deputado Merlong Solano (PT-PI).

Em um contexto mais amplo, a discussão sobre os incentivos fiscais e tributários visa equilibrar as contas públicas e garantir um sistema mais justo e eficiente para todos os setores da economia, preservando a competitividade e promovendo o desenvolvimento sustentável do país.

Fonte original: Portal Contábeis

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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