Alerta do TCU: Buscar o piso da tolerância da meta fiscal é considerado irregular pelo governo

TCU aponta irregularidade em buscar piso da meta fiscal

O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um alerta na quarta-feira (24) indicando que a busca pelo limite inferior do intervalo de tolerância para o resultado primário anual, em vez do centro da meta, é considerada irregular. Essa prática é vista como incompatível com a lei de responsabilidade fiscal, especialmente se for utilizada como parâmetro para limitação de empenho e movimentação financeira, incluindo contingenciamentos e bloqueios.

A fiscalização realizada pelo TCU destacou que mirar o piso da meta fiscal na avaliação bimestral pode trazer riscos. Pequenas oscilações na arrecadação ou nas despesas podem levar ao descumprimento da meta, indo contra um princípio preventivo. Segundo o Tribunal, o contingenciamento de recursos deve estar alinhado com o centro da meta, conforme conclui a Corte de Contas.

Além disso, o TCU identificou “lacunas normativas” entre a legislação fiscal em vigor e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 no que diz respeito à preservação das despesas discricionárias. Por um lado, é apontada a necessidade de um nível mínimo dessas despesas para o funcionamento regular da administração pública, o que restringiria os contingenciamentos. Por outro lado, as normas atuais permitem situações em que bloqueios orçamentários podem reduzir as despesas discricionárias a níveis abaixo do mínimo necessário.

Essa alerta do TCU não é uma novidade e tem sido recorrente em processos relacionados ao acompanhamento dos resultados fiscais e execução orçamentária da União. Neste contexto, o órgão de controle listou que a adoção do limite inferior do intervalo de tolerância como referência para a meta fiscal não está de acordo com a legislação vigente.

O TCU também ressaltou a importância de garantir um equilíbrio entre o controle dos gastos públicos e a manutenção das despesas essenciais para o funcionamento do governo. O apontamento do Tribunal reforça a necessidade de que as práticas fiscais estejam alinhadas com a legislação em vigor, a fim de assegurar a transparência e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

Em síntese, a atenção do TCU para a aplicação correta da meta fiscal e para a preservação das despesas discricionárias reflete a preocupação com a estabilidade financeira do país e com o cumprimento das normas fiscais estabelecidas para garantir o equilíbrio das contas públicas. A instituição reforça, assim, a importância de uma gestão responsável e transparente dos recursos públicos.

Fonte: Estadão

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

AmdJus - Portal de contabilidade online
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.