Federal Reserve deve cortar os juros, mas e depois?
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), está prestes a decidir sobre o corte de juros, saindo de 4,25% a 4,50% para 4% a 4,25%. A expectativa é de uma redução de 0,25 pontos base, segundo 96,1% do mercado. A dúvida agora recai sobre o ritmo dessa flexibilização monetária.
Dados econômicos e projeções
Os dados de emprego indicam uma desaceleração, com menor criação de vagas do que o previsto e aumento nos pedidos de auxílio desemprego. Em relação à inflação, os itens mais sensíveis às tarifas de Donald Trump registram alta, enquanto nos demais componentes há uma desaceleração. Esse cenário favorece um corte cauteloso para estimular o mercado de trabalho, afastando a possibilidade de uma redução mais agressiva, que poderia pressionar ainda mais a inflação, de acordo com economistas.
Divergências sobre o futuro da política monetária
As expectativas em relação à sequência da flexibilização da política monetária divergem entre os agentes do mercado. Enquanto algumas instituições projetam um corte nesta quarta-feira seguido por uma pausa, outras apostam em três cortes até o final de 2025. A expectativa geral é de 75% de chance de três reduções de 0,25 p.p. até dezembro, o que reduziria a taxa de juros dos EUA para um intervalo entre 3,5% e 3,75%.
Impacto nos setores de emprego e inflação
A revisão dos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos levou à consenso de que o Fed fará o corte de juros na próxima reunião, diante da criação de 22 mil novas vagas em agosto, abaixo do esperado. A taxa de desemprego também subiu, chegando ao maior valor desde 2021.
Em relação à inflação, o CPI subiu mais do que o previsto em agosto, evidenciando um aumento anual expressivo. Já o PPI caiu, o que fez com que Donald Trump pressionasse o Fed em relação ao corte de juros.
Perspectivas diante dos desafios econômicos
Os desafios enfrentados, como a política anti-imigração de Trump, estão impactando diretamente o mercado de trabalho. A restrição à migração tem provocado uma queda no número de imigrantes na economia americana, o que pode resultar em uma menor taxa de empregabilidade.
Diante desse cenário, a próxima reunião do Fed se torna crucial para determinar os rumos da economia americana. A cautela é recomendada diante do risco de aumento dos preços para o consumidor, o que requer um acompanhamento próximo da evolução do mercado de trabalho e da inflação.
Comunicado discreto sobre os próximos passos
A estrategista-chefe da Nomad aposta em três cortes de juros até o final de 2025, devido aos indicadores de desaquecimento da economia. O comunicado do Fed na próxima reunião deve evitar dar sinais claros sobre os próximos passos, considerando o balanço delicado de riscos e a possibilidade de estagflação. A coletiva de imprensa deve trazer informações importantes sobre o posicionamento do Fed em relação à política monetária.
Em resumo, diante do cenário desafiador marcado pela desaceleração do mercado de trabalho e questões inflacionárias, o Fed enfrenta o dilema de equilibrar o estímulo econômico com a contenção da inflação, o que torna a decisão sobre os cortes de juros ainda mais crucial para a economia dos Estados Unidos.
Fonte original: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
