Economia Brasileira Desacelera no 2º Trimestre
A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do 2º trimestre sinaliza uma desaceleração significativa em relação ao desempenho forte do início do ano. O impacto dos juros altos e das incertezas globais têm repercutido na atividade econômica, reduzindo gradualmente o crescimento até o fim do ano.
Segundo projeções do ASA Investimentos e do Banco Pine, o PIB do 2º trimestre deve ter uma alta de 0,3% sobre o trimestre anterior e de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Esta previsão representa uma desaceleração em comparação ao avanço de 1,4% no 1º trimestre. O Banco Daycoval estima um crescimento de 0,5% e 2,4%, respetivamente.
Setores Impactados
A análise indica um risco de baixa na indústria da transformação e no varejo, afetando o consumo das famílias. O segmento automotivo pode apresentar certa resiliência, enquanto a agropecuária, após o impulso inicial da safra, tende a perder fôlego no 2° trimestre.
Segundo dados do IBGE, a produção industrial demonstrou desaceleração, com alta de 0,1% em junho na comparação mensal e queda de 1,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, ficando abaixo das projeções.
Demanda e Investimentos
Na ótica da demanda, os investimentos devem apresentar recuo de 2,3% no trimestre, o primeiro declínio após seis trimestres consecutivos de expansão. A taxa de juros elevada e as incertezas globais desestimularam o investimento, enquanto o consumo das famílias e os gastos do governo devem manter um crescimento leve.
As projeções apontam um pequeno crescimento do consumo das famílias e dos gastos do governo, acompanhados por um recuo das importações e um leve aumento nas exportações.
Perspectivas Futuras
Com a desaceleração no 2º trimestre, o carregamento estatístico para o restante do ano é de 2,4%. As estimativas indicam que o terceiro trimestre poderá apresentar um crescimento de 0,1% em relação ao segundo, seguido por um recuo de -0,1% no quarto trimestre.
Segundo projeções do Daycoval, o PIB de 2025 deve fechar em 2,2% e em 1,9% em 2026. A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa iniciar o ciclo de cortes de juros ainda no último trimestre de 2025, devido ao recuo no hiato do produto e nas expectativas de mercado para o IPCA.
O cenário econômico atual reflete uma trajetória mais moderada de crescimento, impactada pelos juros altos e pelas incertezas globais. A desaceleração em diversos setores sinaliza a necessidade de medidas para estimular a economia e enfrentar os desafios que se apresentam.
Fonte: CNN Brasil
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