Economistas divididos sobre corte de juros após Ata do Copom
A Ata da última reunião do Copom, divulgada pelo Banco Central, manteve a incerteza sobre os cortes de juros em 2026. Enquanto alguns economistas apontam para uma possível flexibilização na política monetária, outros acreditam que o cenário ainda demanda precaução.
Para Rodolfo Margato, economista da XP, existe espaço para uma política monetária menos restritiva no próximo ano. Ele prevê um ciclo gradual de cortes a partir de março, resultando em uma Selic de 12% ao final de 2026. Margato destaca que o documento do BC reforçou a manutenção da taxa atual por um período prolongado.
Já o Itaú, em análise comandada pelo economista-chefe Mario Mesquita, aponta que o Copom já incorporou o impacto da mudança no Imposto de Renda em suas projeções, o que limita os riscos de alta da inflação. O banco espera um início de cortes já em janeiro, dependendo dos ajustes na comunicação de dezembro.
Divergências e projeções
Na visão de Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, a Ata reforçou um tom menos rígido, destacando a moderação da atividade econômica e o arrefecimento da inflação. Ela acredita que o Comitê optará por manter a taxa inalterada por um longo período, apesar da expectativa de um grande ciclo de corte de juros.
Por outro lado, André Valério, economista sênior do Inter, ressalta que o impacto das medidas de estímulo recentes não alterou significativamente o cenário prospectivo do Copom. O Inter espera um ciclo de cortes a partir de janeiro, com a possibilidade de um PIB negativo no terceiro trimestre de 2026.
Análise do mercado e expectativas futuras
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimento, destaca a possibilidade de um corte de juros no futuro, a partir da indicação do BC de que a taxa atual é suficiente para controlar a inflação. Daniela Lima, economista da Kinea, mantém a expectativa de corte apenas em março, ressaltando a necessidade de fatores claros para um corte em janeiro.
Por outro lado, Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, interpreta a ata como “hawkish” com viés de estabilidade, indicando que o cenário ainda demanda uma política monetária restritiva por um período prolongado.
Com sinais mistos na Ata do Copom, os economistas permanecem divididos em relação aos cortes de juros em 2026. As projeções e análises variam, refletindo as incertezas acerca da economia e da política monetária para o próximo ano. A decisão do BC em manter a taxa atual por um período prolongado sinaliza um cenário de cautela, mas a possibilidade de cortes futuros ainda está em discussão entre os especialistas do mercado financeiro.
Fonte: Estadão
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
