Economistas estimam início do corte de juros para março ou janeiro
Economistas analisam o possível início do corte da taxa básica de juros no próximo ano, com tendência majoritária para março, embora janeiro ainda seja considerado uma possibilidade. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 15% ao ano na última reunião gerou debate sobre o momento exato do início da flexibilização da política monetária.
A XP projeta o início do ciclo de baixa em março, com previsão de seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual, levando a Selic a 12% ao ano até o final de 2026. A expectativa é baseada na avaliação de que a política monetária restritiva atual está surtindo efeito e que não será necessário manter o mesmo grau de aperto vigente em 2025.
No entanto, tanto a política fiscal expansionista do governo quanto as incertezas globais podem exercer pressões sobre a demanda doméstica, o déficit em conta corrente e a inflação ao longo de 2026, o que pode limitar o espaço para o ciclo de cortes de juros.
Divergências nas projeções dos economistas
Economistas como Rafaela Vitoria, do Inter, acreditam que o início dos cortes pode ocorrer já em janeiro, diante do cenário atual de câmbio favorável e desaceleração da atividade. Por outro lado, Adriana Dupita, da Bloomberg Economics, projeta o primeiro corte no primeiro trimestre de 2026, com a taxa fechando o ano em 11%. A possibilidade de redução no aperto monetário dependerá da melhora adicional no cenário para a inflação.
O JP Morgan descartou a hipótese de um corte de juros em dezembro e aponta março como o início mais provável do ciclo de afrouxamento, com cortes consecutivos de 50 pontos base. O banco de investimentos elevou sua projeção para a Selic no final de 2026 de 10,75% para 11,50%.
Análise do comportamento do Banco Central
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, destaca que o Banco Central optou por manter a taxa por um período prolongado para consolidar a desinflação e ancorar as expectativas, ganhando assim mais flexibilidade no futuro. O cenário de instabilidade política devido ao ano eleitoral pode diminuir os graus de liberdade para a política monetária, influenciando as projeções de taxa terminal para o próximo ano.
Diante disso, a expectativa é de que a Selic inicie um ciclo de cortes em março de 2026. A comunicação do Banco Central tem sido analisada como um “hawkish moderado”, ainda vigilante, mas indicando convicção de que a política monetária atual é adequada.
Conclusão
A expectativa dos economistas quanto ao início do ciclo de cortes de juros tem se concentrado em março, com projeções de redução gradual da Selic ao longo do ano de 2026. A incerteza em relação aos cenários nacional e global, juntamente com a possível influência de eventos como o ano eleitoral, tornam a previsão dos economistas sujeita a ajustes conforme as condições macroeconômicas se desenvolvam.
Fonte original: CNN Brasil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
