Dólar cai na Argentina após cinco altas consecutivas
Após cinco sessões seguidas de alta, o dólar oficial na Argentina fechou em queda de 0,13% nesta quarta-feira, atingindo a marca de 1.489 pesos. O valor chegou a tocar brevemente o teto da banda cambial de 1.491,56. O Banco Central argentino agiu para controlar a situação, mas contou com a suposta intervenção do Tesouro dos Estados Unidos, conforme apontado por especialistas consultados pelos jornais locais.
No mercado financeiro argentino, foram registradas negociações de volumes significativos nesta quarta-feira, com US$793 milhões movimentados no mercado à vista e US$922 milhões em operações futuras. O Tesouro americano teria realizado vendas para conter a valorização da moeda estrangeira. No dia anterior, o Banco Central desembolsou US$45,5 milhões para defender o teto da banda cambial.
Cenário do câmbio na Argentina
Enquanto o dólar oficial no varejo permaneceu estável em US$1.515 no Banco Nación, o “dólar blue”, principal cotação no mercado paralelo, foi negociado a US$1.530 para compra e US$1.550 para venda. A pressão cambial na Argentina é atribuída à cobertura de posições dos argentinos antes das eleições, como forma de proteção contra possíveis cenários adversos, especialmente se o peronismo ganhar com ampla margem as eleições parlamentares do próximo final de semana.
De acordo com analistas do mercado, o dólar oficial continua próximo do teto da banda, levando o BCRA a realizar vendas para manter a estabilidade. O ministro da Economia, Luis Caputo, descartou uma mudança no regime cambial do país, afirmando que a televisão tem alimentado a dolarização ao falar sobre o fim das bandas cambiais, como ocorre atualmente.
Expectativas pós-eleições na Argentina
Com base em experiências anteriores, a administração prevê que a taxa de câmbio possa corrigir para baixo cerca de 10% após as eleições. A incerteza política tem influenciado o mercado cambial argentino, ampliando a volatilidade do dólar e exigindo intervenções tanto do Banco Central local quanto do Tesouro dos EUA para conter as oscilações.
Diante desse cenário, o mercado aguarda o desenrolar do pleito eleitoral no final de semana para avaliar o impacto das eleições sobre a economia e o câmbio argentinos. A atuação conjunta das autoridades monetárias argentinas e do Tesouro americano reflete a preocupação em manter a estabilidade do mercado financeiro diante das incertezas políticas enfrentadas pelo país.
Fonte: Estadão
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