Brasil sofre impacto de tarifa de 50% dos EUA
Uma nova tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, imposta pelo governo dos Estados Unidos, entrou em vigor nesta quarta-feira. Somada à sobretaxa específica de 40%, totaliza 50% de taxação para cerca de 35% das exportações do Brasil para os EUA.
Para amenizar os impactos imediatos, foi elaborada uma lista de 694 exceções, reduzindo o efeito sobre o PIB. O governo brasileiro busca negociar tarifas setoriais para reduzir ainda mais os prejuízos econômicos.
Tarifas inéditas e exceções mitigando impactos
Diferentemente da maioria dos países, que enfrentará as novas taxas a partir de quinta-feira, o Brasil terá que lidar com elas um dia antes. A ordem executiva assinada por Donald Trump, no dia 30 de julho, determinou a implementação da medida em um prazo de 7 dias. Produtos embarcados até 5 de outubro estarão isentos da tarifa.
A elevação das tarifas é uma clara interferência de Trump no Judiciário brasileiro, justificada como resposta a supostas violações à liberdade de expressão e perseguição política, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF.
Impacto setorial e regional no Brasil
O Nordeste deve ser a região mais afetada, com tarifas plenas sobre frutas frescas, pescados e calçados. Já o Centro-Oeste perde competitividade nas carnes e no café. Regiões como Sul e Sudeste foram parcialmente protegidas, graças à exclusão de setores industriais de alto valor agregado, como aviação e celulose.
O governo brasileiro está preparando medidas de socorro para os setores afetados, que podem incluir crédito subsidiado e compra pública de insumos críticos que tenham ficado sem mercado. Estados como Goiás e São Paulo também buscam alternativas de financiamento para ajudar as empresas.
Projeções econômicas e reações do mercado
A lista de exceções reduziu significativamente o impacto da tarifa na economia brasileira. Enquanto a XP projeta uma perda de 0,15 p.p. no PIB, a Kinea estima 0,2 p.p. de impacto. O Goldman Sachs, no entanto, não vê motivo para alterar sua estimativa de crescimento de 2,3% para este ano.
Apesar da expectativa de alívio imediato após a divulgação das isenções, com o Ibovespa subindo quase 1% e o dólar recuando, o mercado ainda aguarda desdobramentos das negociações entre Brasil e Estados Unidos. A Embraer e a Suzano foram beneficiadas com a exclusão de aeronaves e celulose da tarifa adicional, respectivamente.
Perspectivas e desafios das negociações
O governo brasileiro busca cortar as tarifas de produtos não isentos, com prioridade para café, cacau e carnes. Além disso, o Brasil aprovou consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) como medida de defesa do direito soberano do país. No entanto, as incertezas em relação às negociações e aos possíveis desdobramentos ainda pairam sobre o cenário econômico internacional.
Em MEIo a essas tensões, o mercado aguarda os desdobramentos das negociações e ações que possam mitigar os impactos da nova tarifa sobre a economia brasileira e seus setores estratégicos.
Fonte: CNN Brasil
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