Mercado de trabalho aquecido e resiliência econômica
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelam uma queda de -14,2% na taxa de pessoas que procuraram emprego por menos de um mês no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior. Isso indica um mercado de trabalho resiliente, mesmo em desaceleração. A taxa de desocupação no país atingiu 5,6% no terceiro trimestre de 2025, o menor patamar desde 2012, demonstrando um cenário favorável.
Renda média em crescimento
O rendimento médio real no terceiro trimestre de 2025 foi de R$ 3.507, o que representa um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse valor, já ajustado pela inflação, sinaliza que os empregadores estão oferecendo salários mais atrativos para atrair e manter talentos no mercado de trabalho.
Estabilidade no mercado de trabalho
Mesmo com a expectativa de desaquecimento devido ao aumento da taxa de juros, o mercado de trabalho se mantém em uma trajetória de estabilidade. O crescimento dos salários e o aumento dos pedidos de demissão voluntária indicam que as pessoas estão encontrando melhores oportunidades. A taxa de participação na força de trabalho permanece estável, com 62,2% das pessoas em idade para trabalhar na ativa.
Perspectivas para 2026
Para o próximo ano, a projeção é de uma desaceleração na atividade econômica, impactando o mercado de trabalho devido à manutenção da taxa de juros elevada. Apesar disso, espera-se que o mercado permaneça resiliente, sem um cenário de destruição. O setor de construção e indústria podem ser estimulados com a expectativa de corte de juros.
Desafios e incertezas
Questões como a possível revogação do tarifaço na indústria e a continuidade da injeção de dinheiro na economia podem impactar as decisões do Banco Central sobre os juros. A manutenção da taxa de juros elevada já aponta para uma desaceleração da atividade em 2026. O cenário econômico para o próximo ano dependerá fortemente das políticas monetária e fiscal adotadas.
Com a estabilidade da taxa de desemprego, o mercado de trabalho brasileiro mostra sinais de resiliência e capacidade de adaptação frente a desafios econômicos. O crescimento do rendimento médio real e a queda na taxa de procura por emprego de curto prazo são reflexos de um mercado em movimento, ajustando-se às condições atuais. É fundamental acompanhar de perto as políticas monetárias e fiscais para antecipar possíveis impactos no mercado de trabalho em 2026.
Fonte: Estadão
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