O papel do FGC nas crises bancárias: retrocesso do Bamerindus ao Banco Master. O que será que mudou?

O Papel do FGC nas Crises Bancárias: 30 Anos de Proteção aos Investidores

Criado em 1995, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tornou-se uma peça fundamental no sistema financeiro brasileiro ao proteger pequenos investidores em momentos de crise. O mecanismo foi estabelecido para evitar perdas totais em situações de quebra de instituições financeiras, como aconteceu com o Banco Master no passado.

Com o objetivo de garantir a segurança do sistema bancário, o FGC estabeleceu um limite de proteção de até R$ 250 mil por CPF e por instituição. Ao longo dos últimos 30 anos, o fundo esteve envolvido em 40 episódios de intervenção, liquidação ou pagamento de garantias.

Principais Casos: de Bamerindus ao BVA

O FGC foi intensamente acionado em casos emblemáticos de quebras de bancos, como o do Bamerindus em 1997, do Banco Santos em 2004, do PanAmericano em 2010, e do Cruzeiro do Sul e BVA em 2012. Esses episódios exigiram desembolsos bilionários por parte do fundo para garantir os investidores afetados e evitar o contágio sistêmico.

Mais recentemente, o FGC também teve que honrar garantias e liderar processos de liquidação ordenada em casos como da BRK Financeira, da Portocred Financeira e da CHB (Companhia Hipotecária Brasileira).

O Caso do Banco Master e as Novas Regras

O Banco Central anunciou a liquidação extrajudicial do Banco Master SA e da Master SA Corretora de Câmbio. A medida destacou a importância do FGC na proteção dos investidores, com os pagamentos sendo iniciados após o recebimento das informações necessárias da liquidante.

A exposição do Banco Master evidenciou preocupações regulatórias, como o risco moral e a assimetria de informação. Isso levou o Conselho Monetário Nacional a aprovar medidas para limitar apostas arriscadas, reduzir a alavancagem e fortalecer o colchão de segurança do FGC.

A Evolução do FGC diante de um Ambiente Financeiro Complexo

Três décadas após sua criação, o FGC continua desempenhando seu papel crucial na estabilização de crises e na proteção dos pequenos investidores. No entanto, o fundo agora opera em um ambiente mais complexo, com produtos financeiros sofisticados e bancos que crescem rapidamente por MEIo de ativos de risco.

A atuação recente do Banco Central e as novas regras do CMN refletem a importância de garantir a segurança do investidor sem estimular comportamentos que possam potencialmente desencadear futuras crises. O foco regulatório está em assegurar a estabilidade do sistema financeiro e prevenir riscos sistêmicos.

Em resumo, o FGC continua sendo um pilar de proteção para os investidores no Brasil, adaptando-se às mudanças do mercado e agindo de forma proativa para garantir a integridade do sistema financeiro em momentos de instabilidade.

Fonte: G1 Economia

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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