O economista norte-americano Paul Krugman destacou o sucesso do Pix, sistema de pagamento eletrônico desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, como um exemplo para outras nações. Em sua análise, Krugman ressaltou a inovação tecnológica do país no setor de pagamentos, em contraste com a relutância dos Estados Unidos em adotar soluções de pagamento digital mais abrangentes.
Krugman comparou o Pix brasileiro ao sistema Zelle americano, reconhecendo vantagens como facilidade de uso, rapidez nas transações e baixos custos. O sucesso do Pix pode ser visto na sua rápida penetração no mercado brasileiro, com 93% dos adultos utilizando o sistema, tornando-o o MEIo de pagamento mais popular no país em apenas cinco anos desde o seu lançamento em 2020.
O economista apontou que a economia política do Brasil é significativamente diferente da exercida nos Estados Unidos, destacando a menor influência de grupos de interesse que poderiam dificultar a criação de uma moeda digital de banco central nos EUA. Enquanto o Brasil desenvolve o Drex a partir do sucesso do Pix, os EUA enfrentam obstáculos devido ao poder do setor financeiro privado e à resistência da direita americana em aceitar sistemas de pagamento operados pelo governo.
Krugman ressaltou que apenas 2% dos consumidores americanos utilizaram criptomoedas para transações em 2024, evidenciando a diferença de adoção de tecnologias financeiras entre os dois países. Enquanto o Brasil avança com soluções inovadoras como o Pix, os EUA enfrentam debates sobre a regulamentação das stablecoins e a criação de uma moeda digital pelo Federal Reserve.
O crescimento exponencial do Pix no Brasil desperta reflexões sobre a eficiência e inclusão financeira proporcionadas pelo sistema digital de pagamento. Krugman destaca que, apesar do sucesso e da preferência dos brasileiros pelo Pix, é improvável que os EUA adotem uma solução semelhante no curto prazo, devido a questões políticas e ideológicas que dificultam a implementação de sistemas públicos de pagamento.
O economista enfatiza a importância de analisar a experiência brasileira com o Pix como um exemplo de inovação financeira bem-sucedida, que poderia inspirar outros países a avançar na modernização de seus sistemas de pagamento eletrônico. Enquanto o Brasil se destaca como um líder nesse campo, os desafios enfrentados pelos EUA refletem a complexidade das transformações digitais no setor financeiro em nível global.
Fonte: Estadão
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