Impacto do envelhecimento na força de trabalho: como benefício social e saúde afetam o PIB

Envelhecimento e benefícios sociais afetam força de trabalho e economia brasileira

O Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), divulgado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), aponta que a taxa de participação no mercado de trabalho brasileiro sofreu uma queda durante a pandemia e ainda não se recuperou totalmente nos anos seguintes. Este cenário afeta diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país, mesmo com uma política monetária contracionista.

A taxa de participação teve um período de expansão entre 2012 e 2019, com uma retomada gradual até o final de 2021. Desde então, mantém-se estável, porém abaixo do registrado antes da pandemia. A IFI destaca que fatores como envelhecimento da população, questões de saúde e benefícios sociais têm impacto direto nesse cenário.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a inatividade por idade avançada e por questões de saúde aumentou nos últimos anos, corroborando a relação entre esses fatores e a redução da taxa de participação. Um estudo do Banco Central aponta que metade do recuo na taxa de participação se deve às mudanças na estrutura etária da população, enquanto a outra metade está ligada à expansão dos benefícios sociais.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE não possui uma categoria específica para identificar se a inatividade está associada aos benefícios sociais, o que torna mais difícil mensurar esse impacto diretamente. Porém, levando em consideração a categoria “outros motivos”, percebe-se um aumento na inatividade nesse sentido.

O relatório da IFI destaca o efeito da “fuga da precariedade” proporcionado pelos programas sociais, o que não desestimula o trabalho, mas sim possibilita à população mais vulnerável não se submeter a ocupações precárias. Se a taxa de participação retornasse aos níveis pré-pandemia, mantendo a ocupação atual, a taxa de desemprego seria de aproximadamente 8,8%, em contraste com os atuais 5,6%.

Por fim, o documento ressalta a importância de diagnosticar esses fatores para mitigar as perdas de capacidade produtiva, sugerindo a adoção de políticas focadas em saúde e prevenção de incapacidades. A compreensão e enfrentamento desses desafios são essenciais para o desenvolvimento sustentável da economia brasileira.

Fonte original: Valor Econômico

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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