A possibilidade de tarifas de 50% a 100% propostas pelo governo de Donald Trump traz incertezas para a economia brasileira. Mesmo sem os EUA como principal parceiro comercial, o país ainda é relevante, respondendo por 12% das exportações brasileiras. Setores como o do aço, que já enfrentam barreiras semelhantes, podem sofrer perdas de até R$ 175 bilhões e a eliminação de mais de 1 milhão de empregos.
A imposição de tarifas tão elevadas poderia causar uma queda na produção interna, inviabilizando exportações. Por outro lado, a dificuldade de exportação de produtos como commodities pode gerar excesso de oferta no mercado interno, pressionando os preços para baixo. A diversificação de mercados pelos exportadores pode amenizar os impactos nas exportações, que atualmente representam cerca de 66% das exportações nacionais.
A imposição de tarifas também pode desacelerar a inflação, pois a dificuldade de exportar levará muitos produtos ao mercado interno, aumentando a oferta e reduzindo os preços. Essa situação poderia antecipar o ciclo de queda da taxa de juros previsto para 2026, estimulando uma flexibilização monetária ainda este ano. O dólar mais fraco mundialmente favorece a valorização do real, o que pode contribuir para controlar a inflação e permitir cortes na taxa de juros pelo Banco Central.
O enfraquecimento do dólar devido às ações do governo dos EUA, que têm gerado desconfiança nos mercados internacionais, favorece a valorização do real no Brasil. Isso, por sua vez, pode contribuir para conter a inflação e abrir espaço para cortes na taxa de juros. A instabilidade do dólar e a incerteza gerada pela guerra tarifária devem ser monitoradas de perto, pois os efeitos podem se manifestar de forma imprevisível.
Embora a imposição de tarifas por Trump possa prejudicar a economia brasileira, é importante considerar que há efeitos colaterais positivos, como a valorização do real e a possibilidade de controlar a inflação. A diversificação de mercados e a busca por alternativas pelos exportadores são estratégias importantes diante desse cenário de incertezas. Acompanhar de perto a evolução da política comercial norte-americana é essencial para antecipar possíveis impactos e tomar medidas adequadas para mitigar os riscos.
Fonte: Portal Contábeis
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
