Crescimento Econômico da China Desacelera com Guerra Comercial e Fraca Demanda Interna
No terceiro trimestre, a China apresentou o crescimento econômico mais fraco dos últimos 12 meses, atingindo uma taxa de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa desaceleração é atribuída à dependência das exportações, devido à fragilidade da demanda interna, levantando preocupações sobre desequilíbrios estruturais no país.
Apesar de estar em linha com as expectativas e apontar para a meta anual de aproximadamente 5%, as tensões comerciais crescentes com os Estados Unidos aumentam a incerteza sobre a sustentabilidade desse ritmo de crescimento. O país busca utilizar sua resiliência econômica como um ponto forte em negociações com os EUA, evidenciado pela possível reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
A fabricante chinesa Jeremy Fang relata uma queda significativa na receita de sua empresa, devido à diminuição dos pedidos dos EUA em até 80% a 90%, apesar do aumento nas vendas para outras regiões como América Latina, África e Sudeste Asiático. A intensa competição exportadora chinesa tem levado a cortes salariais e de empregos, refletindo a pressão enfrentada pelo setor.
Apesar do crescimento de 6,5% na produção industrial em setembro, superando as previsões, as vendas varejistas desaceleraram para 3,0%, registrando a menor taxa em 10 meses. Além disso, os preços das novas casas apresentaram a maior queda em 11 meses, evidenciando um impacto negativo nos consumidores. O investimento no setor imobiliário também caiu 13,9% nos primeiros três trimestres do ano em relação ao ano anterior.
O analista Julian Evans-Pritchard destaca que a China está cada vez mais dependente das exportações para compensar a desaceleração da demanda interna, um padrão insustentável a longo prazo. Para evitar uma maior desaceleração econômica, ele ressalta a importância de medidas proativas das autoridades para estimular os gastos dos consumidores.
Fonte: CNN Brasil
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