EUA ameaçam aplicar tarifas de 100% a países que comercializam com a Rússia
O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, sinaliza a possibilidade de impor tarifas pesadas, chegando a 100%, a nações que mantêm relações comerciais com a Rússia. A intenção é pressionar Moscou a encerrar o conflito com a Ucrânia, de acordo com declarações feitas durante um evento na Casa Branca.
Entre os países potencialmente afetados pela medida, o Brasil se destaca como um dos principais compradores de diesel e fertilizantes russos. No primeiro semestre deste ano, 39,1% do diesel importado pelo Brasil teve origem na Rússia, superando os 32,8% provenientes dos EUA, conforme dados da consultoria StoneX.
A dependência do Brasil em relação aos insumos russos se estende ao agronegócio, setor que importa mais de 90% dos seus insumos, sendo 30% provenientes da Rússia, de acordo com informações do Ministério da Agricultura. O alerta para os impactos potenciais de novas sanções foi feito por representantes do setor agroindustrial ao Itamaraty.
Parlamentares brasileiros que estiveram em Washington recentemente indicaram que uma nova frente de atrito pode ser aberta nos próximos 90 dias. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) destacou o risco de uma crise mais grave e a possibilidade de aprovação de uma lei nos EUA prevendo sanções automáticas a países que mantêm negócios com a Rússia.
Além de possíveis tarifas, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, alertou que os EUA poderiam impor restrições diretas à compra de produtos brasileiros como forma de retaliação. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) salientou que, na visão americana, as transações comerciais com a Rússia contribuem para prolongar o conflito na região.
Diante desse panorama, é importante acompanhar os desdobramentos desse cenário de tensão comercial entre EUA, Rússia e países parceiros, como o Brasil. As possíveis tarifas e sanções têm o potencial de impactar significativamente a economia brasileira, especialmente nos setores de combustíveis, agronegócio e indústria em geral.
Fonte original: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
