Empréstimo com desconto em folha cresce exponencialmente em menos de um ano, com taxa média de quase 60% ao ano.

Empréstimos consignados CLT triplicam em 7 meses, com juros médios de quase 60% ao ano

O programa Crédito ao Trabalhador, lançado em março, registrou um aumento significativo nas concessões de empréstimos consignados, chegando a 6.399 em setembro. Nesse mesmo período, a taxa média de juros anuais subiu de 44% para 58,4%, com alguns bancos cobrando até 185% ao ano.

Especialistas alertam que muitos trabalhadores, ao aderirem ao programa, não têm plena consciência do impacto que as prestações terão em seus contracheques, o que pode comprometer sua renda mensal de forma significativa.

Facilidade de acesso e aumento nas concessões

Antes do programa, a contratação de empréstimos consignados já estava disponível, porém de forma mais burocrática. Com a implementação do Crédito ao Trabalhador, as instituições financeiras passaram a aderir ao programa, permitindo que os trabalhadores solicitem propostas de crédito por MEIo do aplicativo Carteira de Trabalho Digital.

Essa facilidade na contratação resultou em um aumento expressivo nas concessões de empréstimos consignados no setor privado, que passaram de uma média de 1.500 ao mês para mais de 6.300 em setembro.

Juros em alta e comparação com outras modalidades de crédito

Desde o lançamento do programa, a taxa média de juros do consignado CLT subiu de 44% para 58,4% ao ano, o que representa um aumento de 14,4 pontos percentuais. Apesar de ser menor do que outras modalidades de crédito disponíveis, como o crédito não consignado, os juros do consignado CLT são o dobro dos concedidos para servidores públicos e beneficiários do INSS.

A utilização do FGTS como garantia para o pagamento do empréstimo, em caso de demissão, também gera preocupações. Se o valor do Fundo de Garantia não for suficiente para quitar a dívida, o desconto em folha continua na próxima contratação CLT, com juros e correção monetária referentes ao período de desemprego.

Riscos e impactos na renda dos trabalhadores

Especialistas alertam para os riscos do fácil acesso ao crédito, destacando a importância de os trabalhadores entenderem o custo do dinheiro que estão pegando emprestado. Uma pesquisa realizada pela Abefin revelou que a maioria dos tomadores de empréstimos consignados CLT não calculou o impacto das parcelas no orçamento mensal e desconhecia o uso do FGTS como garantia.

Outro ponto de atenção são os diferentes patamares de juros praticados pelas instituições financeiras, que variam de 19,10% a 185,19% ao ano. A diversidade de taxas evidencia a importância de os trabalhadores compararem as condições oferecidas por diferentes bancos antes de contrair o empréstimo.

Recomendações e avaliação do uso do consignado CLT

Os especialistas ressaltam a importância de os trabalhadores avaliarem cuidadosamente a necessidade do empréstimo consignado, levando em consideração o impacto das parcelas no orçamento mensal e o prazo de pagamento da dívida.

É fundamental que os tomadores de crédito busquem orientação financeira e avaliem se trocar uma dívida por outra é a melhor estratégia, principalmente em relação a modalidades mais caras, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial.

Conclusão

Diante do aumento expressivo nas concessões de empréstimos consignados CLT e do crescimento das taxas de juros médias, é essencial que os trabalhadores ajam com cautela ao optar por essa modalidade de crédito. A falta de planejamento financeiro e a falta de conhecimento sobre as condições do empréstimo podem levar a um comprometimento significativo da renda mensal, gerando dificuldades financeiras a longo prazo. A educação financeira e a busca por orientação especializada são fundamentais para garantir uma utilização consciente e responsável do crédito consignado.

Fonte original: Estadão

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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