Setores afetados pelos EUA esperam reversão de tarifas de 50%
Entidades representativas de setores taxados pelos Estados Unidos expressam otimismo com a retomada do diálogo entre os dois países, agora com viés estritamente técnico. A expectativa é de uma reavaliação das alíquotas impostas, que inicialmente foram de 10% para todos os produtos brasileiros e chegaram a 50% com algumas exceções.
A Associação Brasileira do Café (Abic) destaca a importância da reavaliação das tarifas impostas ao café brasileiro, que teve suas exportações para os EUA reduzidas em 53% em setembro de 2025. Mesmo com a queda, os Estados Unidos continuam sendo o maior comprador do café brasileiro, representando 15% dos embarques totais do Brasil no período.
Café brasileiro mantém posição sólida no mercado internacional
A Abic reforça a competitividade, qualidade e relevância do café brasileiro no mercado internacional, especialmente nos EUA. A entidade confia na história de parceria entre Brasil e Estados Unidos para resolver a questão das tarifas, apesar dos desafios que o novo cenário impõe às exportações do produto.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também se mostra otimista com a disposição dos governos brasileiro e americano em discutir as tarifas sobre a carne bovina. O Brasil, maior exportador global do produto, registrou recorde de vendas em setembro, com 352 mil toneladas comercializadas, um crescimento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.
Exportações de carne bovina crescem, mesmo com tarifas
Apesar da retração nos embarques para os EUA devido às tarifas, o país permanece como um importante mercado para a carne bovina brasileira, devido à sua competitividade. No acumulado do ano, as vendas para os EUA aumentaram em volume e em valores, evidenciando a relevância desse mercado para o setor.
A diversificação de mercados, como México e China, contribui para o crescimento das exportações de carne bovina brasileira. A Abiec acredita que um entendimento entre os dois países poderá preservar a competitividade do produto, proporcionar previsibilidade aos exportadores e ampliar a presença da carne bovina nacional no mercado americano.
Expectativa de resultados favoráveis no relacionamento comercial
Fernando Valente Pimentel, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), não espera resultados imediatos, mas acredita que a abertura para o diálogo entre Brasil e EUA poderá trazer benefícios a longo prazo. Com relação às tarifas adicionais impostas sobre o Brasil, Pimentel pondera que um acordo não deve demorar, trazendo normalidade ao relacionamento comercial entre os dois países.
Diante desse cenário, a perspectiva é de que a reavaliação técnica das tarifas e a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos possam contribuir para a reversão das alíquotas impostas, beneficiando setores como o de café e carne bovina. A confiança nas relações de longo prazo entre os dois países reforça a expectativa de um desfecho positivo nas negociações comerciais em curso.
Fonte: Estadão
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