Economistas alertam para riscos fiscais em 2026
O Tesouro Nacional divulgou um déficit primário de R$ 100,4 bilhões no ano até setembro, dentro das projeções, o que não demanda novos bloqueios no orçamento para cumprir o teto de gastos em 2025. No entanto, há incertezas para 2026, caso o cenário adverso persista.
Em setembro, o déficit primário foi de R$ 14,5 bilhões, maior que em 2024, mas dentro da mediana das projeções em torno de R$ 15 bilhões.
Segundo análise da XP, as receitas líquidas cresceram 0,6% em setembro, enquanto as despesas totais aumentaram 5,7%, com destaque para as discricionárias que avançaram 100,9%. Emendas parlamentares têm pressionado as contas públicas, assim como gastos com seguro-desemprego e benefícios assistenciais.
A XP prevê um déficit primário de R$ 60,7 bilhões para 2025, subindo para R$ 10,4 bilhões ao excluir exceções da meta, acima do limite inferior da meta fiscal.
Para Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, o desafio é atingir a meta de zerar o déficit em 2025 com a desaceleração da receita e o crescimento das despesas, principalmente as discricionárias.
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado aponta a necessidade de um esforço adicional de R$ 27,1 bilhões no último trimestre de 2025 para alcançar a meta de resultado primário zero, devido à perda de eficácia de medidas de compensação tributária.
A tendência de desaceleração da arrecadação e a demanda por gastos em ano eleitoral devem manter a incerteza e a percepção de risco elevada em 2026, segundo Rafaela Vitoria.
Fonte original: CNN Brasil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
