Governo brasileiro negocia diálogo com China para evitar escassez de chips automotivos
O governo chinês concordou em estabelecer uma comunicação direta com o setor automotivo brasileiro, visando evitar a escassez de semicondutores essenciais para a fabricação de veículos no Brasil. A decisão foi comunicada pelo embaixador da China no Brasil ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que havia solicitado prioridade no fornecimento de chips para as empresas brasileiras.
Na última terça-feira, Alckmin se reuniu com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), atendendo ao pedido de apoio do setor para evitar possíveis impactos negativos. Estima-se que a cadeia automotiva empregue 1,3 milhão de pessoas e tenha influência direta em segmentos como siderurgia, química, plásticos e borracha.
A China impôs restrições às exportações de minerais raros, semicondutores e chips, como forma de represália às medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos e Europa no campo tecnológico. A intervenção da Holanda em uma empresa chinesa detentora de 40% do mercado global de chips utilizados na indústria automotiva desencadeou novas medidas restritivas por parte do governo chinês.
Diante das dificuldades enfrentadas pelas empresas europeias devido às restrições, a China já analisava a possibilidade de estabelecer exceções. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) celebrou o início das negociações com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil, com a possibilidade de autorização especial para as empresas brasileiras com dificuldades na importação dos chips.
A abertura do diálogo com a China representa um avanço significativo para o setor automotivo brasileiro, que poderá evitar a paralisação da indústria de autopeças e o desabastecimento de componentes essenciais para a produção de veículos no país. A medida sinaliza uma possível solução para o embargo às importações de semicondutores da Nexperia, o que impactaria diretamente os fornecedores do setor automotivo no Brasil.
Fonte: Estadão
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