Despesas com vantagens aumentam em R$ 87 bilhões no próximo ano

Despesas com benefícios previdenciários devem aumentar em 2026

De acordo com projeções do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com benefícios previdenciários estão previstas para subir R$ 87,2 bilhões em 2026. Esse aumento será impulsionado por reajustes nos benefícios, concessão de novos auxílios e pelo impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o salário-maternidade.

Gasto total de mais de R$ 1 trilhão em 2026

O INSS projeta que a despesa total com benefícios previdenciários chegará a R$ 1,072 trilhão em 2026, em comparação com os R$ 984,66 bilhões estimados para 2025. Esses valores não contemplam sentenças judiciais nem compensações devidas a regimes previdenciários de estados e municípios.

Pressão sobre o limite de gastos

O crescimento nominal de 8,9% pressiona o limite de gastos do arcabouço fiscal, levando em consideração a inflação acumulada em 12 meses até junho (5,35%) e a variação real prevista de 2,5% para o ano seguinte.

Impacto da decisão do STF sobre o salário-maternidade

A decisão do STF em relação ao salário-maternidade pode acarretar um custo adicional de R$ 8,5 bilhões. A flexibilização da exigência de contribuições mínimas para acessar o benefício pode gerar retroativos para seguradas que tiveram solicitações negadas nos últimos cinco anos.

Ajustes nas regras fiscais

O aumento das despesas previdenciárias motivou ajustes nas regras fiscais, destacados na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66. Essas mudanças visam flexibilizar o pagamento de sentenças judiciais de estados e municípios, além de estabelecer uma transição de dez anos para contabilização integral na meta de resultado primário.

Estimativas do INSS e impacto fiscal

O INSS estima que a flexibilização resultará em um ganho de quase R$ 4 bilhões para alocação em outras despesas do governo. Além disso, projeta custos adicionais entre R$ 10,6 bilhões e R$ 11,6 bilhões ao ano de 2027 a 2029, totalizando R$ 42,3 bilhões em quatro anos.

Reajustes, novos benefícios e crescimento vegetativo

O reajuste do salário mínimo, a concessão de novos benefícios e o crescimento vegetativo da folha também contribuem para o impacto sobre o orçamento em 2026. O aumento do salário mínimo e a reposição da inflação geram custos adicionais, assim como a concessão de novos benefícios.

Alterações no auxílio-doença e no sistema Atestmed

Recentemente, houve mudanças no prazo máximo de duração do auxílio-doença concedido via Atestmed, sistema online que dispensa perícia presencial. Essas alterações visam reduzir gastos diante do aumento de pedidos e concessões pelo sistema, porém, podem impactar a fila da perícia médica presencial.

Pressão sobre o limite de gastos

O aumento das despesas previdenciárias reforça a pressão sobre o limite de gastos do arcabouço fiscal, podendo levar o governo a realizar novos bloqueios nas despesas discricionárias, que incluem investimentos e gastos com o funcionamento da máquina pública.

Conclusão

Diante das projeções do INSS para 2026 e dos impactos fiscais decorrentes de reajustes, concessão de novos benefícios e decisões judiciais, torna-se evidente a necessidade de um planejamento fiscal rigoroso e monitoramento constante das contas públicas. A combinação de diversos fatores amplia os desafios para o equilíbrio fiscal, exigindo adaptações e adequações constantes às normas legais vigentes.

Fonte: Agência Brasil

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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