Por que é comum viver mais, mas poupar menos para a aposentadoria?
Especialistas apontam que a construção de uma reserva financeira para a aposentadoria enfrenta obstáculos como hábitos culturais, econômicos e demográficos no Brasil. A falta de uma cultura de poupança, o incentivo ao consumo imediato e o aumento da expectativa de vida no país dificultam a preparação adequada para o futuro, deixando muitas pessoas sem uma reserva financeira suficiente para garantir estabilidade na terceira idade.
Segundo Gleisson Rubin, diretor de Previdência, a convivência prolongada com a inflação no país enfraqueceu o hábito de poupar. Gerações que viveram sob inflação alta tinham receio de guardar dinheiro, pois ele poderia perder valor rapidamente. Com o controle da inflação a partir do Plano Real em 1994, a cultura financeira ainda sofre impactos, exigindo esforços extras para estimular a poupança no longo prazo.
Cultura de poupança fraca e consumo imediato dificultam planejamento
Além da cultura de poupança fraca, o comportamento consumista também contribui para as dificuldades financeiras futuras. Muitas pessoas preferem gastar todo o salário e até contrair dívidas para satisfazer desejos imediatos, o que compromete a formação de reservas financeiras necessárias para a aposentadoria. A disciplina de abrir mão do consumo imediato em prol da poupança para o longo prazo é apontada como um desafio.
A longevidade crescente, resultado do avanço da tecnologia e da ciência, traz um desafio adicional: o dinheiro planejado para a aposentadoria pode não ser suficiente para garantir segurança e conforto ao longo de um período cada vez mais longo de vida pós-carreira. Isso demanda um planejamento financeiro mais detalhado e amplo, levando em consideração a necessidade de sustentar um padrão de vida por mais tempo do que no passado.
A importância da fase da desacumulação no planejamento financeiro
O planejamento financeiro para a aposentadoria precisa levar em conta a fase da desacumulação, na qual a pessoa começa a utilizar o dinheiro acumulado ao longo da vida para gerar uma renda na aposentadoria. Nesse contexto, as seguradoras oferecem produtos específicos, como planos de renda, que garantem uma renda mensal fixa ao cliente, independentemente do tempo que viver após se aposentar.
Esses planos de renda proporcionam estabilidade financeira ao segurado, assegurando o pagamento por todo o período de sobrevivência estimado. Dessa forma, incertezas sobre a expectativa de vida e o momento da aposentadoria são minimizadas, garantindo recursos até mesmo para períodos prolongados de vida pós-carreira.
Em resumo, a combinação entre cultura de poupança fraca, consumo imediato e aumento da longevidade exige um planejamento financeiro mais sólido e consciente por parte dos brasileiros, visando garantir segurança e conforto na aposentadoria e ao longo da vida pós-carreira. A mudança de hábitos e uma maior conscientização sobre a importância da poupança a longo prazo são fundamentais para enfrentar os desafios financeiros do futuro.
Fonte original: G1 Economia
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.