Contabilidade na Recuperação Judicial: Transparência e Viabilidade
A recuperação judicial é vista como uma saída para empresas em crise, evitando a falência e mantendo a atividade produtiva. Nesse cenário, a contabilidade desempenha um papel fundamental, fornecendo dados concretos que embasam decisões estratégicas. Segundo Marion, a contabilidade coleta, mensura e registra informações econômicas, fornecendo relatórios que subsidiam a tomada de decisões.
A transparência e credibilidade do processo de recuperação judicial são garantidas pela contabilidade, pois sem dados consistentes, não é possível demonstrar aos credores a viabilidade da reorganização empresarial. Balanços, relatórios e projeções contábeis são essenciais para entender a situação financeira da empresa e direcionar as ações futuras.
No entanto, é preciso atentar para a veracidade das informações contábeis, uma vez que em alguns casos empresas em crise podem apresentar resultados maquiados ou projeções excessivamente otimistas. Essa conduta fragiliza o plano de recuperação, minando a confiança dos credores e comprometendo a seriedade do processo.
A contabilidade deve identificar as causas da crise, como endividamento elevado, queda nas receitas ou falhas no controle de despesas, e sugerir alternativas de reorganização viáveis. Dessa forma, os relatórios contábeis se tornam instrumentos estratégicos, indicando a viabilidade da manutenção das atividades empresariais.
Durante a execução do plano de recuperação, a contabilidade permanece essencial. Ela permite acompanhar o cumprimento das obrigações assumidas, avaliar a saúde financeira da empresa e verificar se as medidas adotadas estão produzindo os resultados esperados. Assim, a contabilidade atua como um monitor constante da efetividade da reestruturação, respeitando os princípios contábeis para legitimar as informações prestadas.
A contabilidade é a ferramenta que dá concretude ao princípio da preservação da empresa, proporcionando uma visão clara da crise e das possibilidades de superação a todos os envolvidos. Sem ela, qualquer tentativa de reerguer a empresa seria incerta; com ela, abre-se o caminho para transformar a crise em oportunidade de desenvolvimento sustentável.
Assim, a contabilidade não exerce um papel secundário na recuperação judicial, mas é o eixo estruturante do processo. Sua presença é fundamental para garantir a transparência, viabilidade e sucesso da reorganização empresarial, promovendo a confiança dos credores e permitindo o desenvolvimento sólido da empresa em crise.
Fonte: Portal Contábeis
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
