Excesso de soja chinês afeta exportações dos EUA
A situação do mercado de soja na China se tornou um obstáculo para as exportações dos Estados Unidos, mesmo após a promessa de retomada das compras feita durante as negociações comerciais entre os dois países. O excesso de soja nos portos e nas reservas estatais chinesas, aliado à baixa rentabilidade no processamento do grão, tem limitado o interesse de Pequim em novas aquisições.
Segundo traders e analistas, as empresas estatais chinesas podem estar aguardando uma melhora nas margens de lucro antes de efetuar novas compras em grande escala. Mesmo com a isenção de tarifas sobre a soja dos EUA, a soja brasileira se mantém mais competitiva em termos de preço, o que desfavorece as exportações norte-americanas para a China.
Após um encontro entre os presidentes dos EUA e da China, autoridades americanas divulgaram que a China concordou em comprar grandes quantidades de soja dos EUA, porém, a concretização dessas compras ainda não se efetivou. Os altos estoques de soja nos portos chineses atingiram números recordes, enquanto os processadores enfrentam dificuldades financeiras devido às margens negativas.
O cenário econômico desfavorável tem levado os esmagadores chineses a aumentar significativamente as compras de soja da América do Sul, em detrimento da soja norte-americana. Os preços do farelo de soja registraram queda em 20% em relação ao auge registrado em abril, o que reflete a desaceleração da demanda no setor de rações na China, maior produtor mundial de suínos.
Apesar das expectativas do mercado em relação a grandes compras estatais de soja americana como gesto de boa vontade, sinais concretos dessa retomada ainda são escassos. A incerteza persiste sobre a possibilidade de que o governo chinês cumpra as promessas comerciais feitas durante as negociações com os EUA.
Por fim, os importadores privados continuam a optar pela soja brasileira, mais barata em comparação com a soja norte-americana. A manutenção dos altos estoques de soja na China dificulta a retomada das exportações dos EUA para o país asiático e sinaliza um desafio para o setor agrícola norte-americano diante do atual cenário de mercado.
Fonte original: Estadão
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
