Soja Brasileira: China lidera importações em 2025
A China consolidou-se como o principal destino da soja brasileira em 2025, adquirindo cerca de 85% das exportações totais do Brasil no último mês. Os chineses importaram quase 66 milhões de toneladas da commodity de janeiro a agosto deste ano, demonstrando um aumento significativo em comparação aos anos anteriores. Essa alta demanda chinesa é reflexo da ausência de compras da soja dos Estados Unidos, que foram afetadas pelas tarifas retaliatórias impostas por Pequim.
Com a China fora do mercado de soja norte-americano desde março, as exportações brasileiras para o país asiático têm se mantido em alta. Os produtores americanos têm enfrentado dificuldades, apelando até mesmo ao presidente Trump, enquanto as negociações comerciais entre EUA e China se prolongam até novembro. Essa situação tem impactado positivamente os prêmios de exportação nos portos brasileiros, mantendo-os elevados mesmo após uma colheita recorde.
A continuidade do impasse entre Estados Unidos e China aumenta a perspectiva de um cenário favorável para as exportações brasileiras nos próximos meses. O Rabobank estima que as exportações da safra 2024/25 possam chegar a 110 milhões de toneladas, representando um crescimento expressivo em relação aos 86,5 milhões já exportados de janeiro a agosto. No entanto, há um alerta para o momento em que um acordo entre os dois países seja alcançado, pois a redução das tarifas de importação chinesas sobre a soja americana impactaria diretamente os prêmios nos portos brasileiros e os valores pagos aos produtores.
Neste contexto, os produtores brasileiros são aconselhados a aproveitar a boa rentabilidade atual. Apenas 20% da soja da safra 2025/26 está fixada até o momento, indicando uma oportunidade promissora de negócio. Carlos Cogo, consultor do setor, destaca que a manutenção dos prêmios positivos nos portos brasileiros depende da continuidade do impasse entre EUA e China.
Essa dinâmica ressalta a importância do mercado chinês para as exportações brasileiras de soja, assim como as consequências do embate comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo. O setor agrícola brasileiro tem sido estratégico nesse contexto, mantendo-se na rota de crescimento e valorização, mesmo diante das incertezas globais.
Fonte original: Estadão
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
