Brasil busca melhoria no rating de crédito
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, criticou a postura das agências de rating em relação ao Brasil, destacando que o país deveria estar em uma posição melhor em suas notas de crédito. Segundo Ceron, as agências mantêm restrições adicionais devido ao baixo crescimento do PIB per capita entre 2015 e 2019, o que ele considera não refletir a realidade atual. Ceron aponta que o PIB per capita tem crescido em torno de 3% desde 2021, e destaca que outros países com desempenho econômico inferior não sofrem penalizações semelhantes.
Objetivo de recuperar o grau de investimento adiado
Atualmente, o Brasil está dois degraus abaixo do grau de investimento na S&P e na Fitch, e um nível abaixo na Moody’s. A meta estabelecida pela gestão do ministro da Fazenda era recuperar o selo até 2026, porém, Ceron reconhece que essa meta não será alcançada no atual governo. A expectativa agora é que uma revisão mais significativa só ocorra em 2027, após o período eleitoral.
Desalinhamento entre mercado e rating formal
Apesar das notas atribuídas pelas agências, Ceron destaca que os mercados já precificam o Brasil como se tivesse grau de investimento. Ele menciona os Credit Default Swaps (CDS) como indicativo, apontando que o spread brasileiro é menor do que o da Colômbia, país que já possui investment grade. Ceron ressalta a dificuldade em acreditar que apenas as agências de rating estejam certas, enquanto milhares de agentes de mercado indicam o contrário.
Brasil poderia estar em posição melhor
O secretário estima que o Brasil poderia estar ao menos uma nota acima das classificações atuais, e ressalta que o desalinhamento entre mercado e rating formal prejudica não apenas o Tesouro Nacional, mas também empresas privadas que buscam financiamento externo. Ele destaca que a restrição ao acesso a funding privado e a limitação da profundidade do mercado são consequências dessa discrepância entre market e rating formal.
Recuperação do grau de investimento em 2027
Apesar dos desafios fiscais que o país enfrenta, Ceron faz uma comparação com outros países que possuem déficits elevados e dívidas altas, mas mantêm notas de crédito mais elevadas devido ao dinamismo econômico. Ele cita o exemplo da Índia, que combina desequilíbrios fiscais com crescimento sólido. Ceron acredita que, se o próximo governo reforçar a credibilidade das regras fiscais e a trajetória da dívida, o Brasil terá condições de recuperar o grau de investimento entre 2027 e 2028.
Conclusão
Em MEIo às críticas às agências de rating e às projeções para a recuperação do grau de investimento, o Brasil segue em busca de melhorias em sua classificação de crédito. A expectativa é de que, com medidas fiscais consistentes no futuro, o país possa retomar a confiança dos investidores e avançar em seu rating, garantindo maior estabilidade econômica e atratividade para financiamentos.
Fonte: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
