Brasil aposta em biocombustíveis para navegação na COP30 após impasse sobre emissões
Especialistas acreditam que o Brasil pode liderar a adoção de biocombustíveis para descarbonizar o transporte marítimo. O debate ganha destaque devido à falta de consenso entre os Estados-membros da Organização Marítima Internacional (IMO) sobre o Marco Net-Zero de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A IMO propôs em abril um padrão global de combustível e um mecanismo global de precificação de emissões para atingir emissões líquidas zero, a serem implementados gradualmente a partir de 2027. No entanto, a definição das metas marítimas foi adiada devido à oposição dos Estados Unidos e à falta de consenso.
Os biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, surgem como alternativa no debate sobre o padrão de combustível. O Brasil, que defende os biocombustíveis de primeira geração na IMO, destaca sua compatibilidade com os motores atuais das embarcações.
Apesar da resistência europeia, que prioriza amônia verde, hidrogênio e metanol, os biocombustíveis nacionais têm sido defendidos como solução climática para os transportes em diversos fóruns internacionais, como G20 e Brics.
A consultoria Boston Consulting Group (BCG) destaca o potencial do Brasil para se tornar pilar da descarbonização do transporte marítimo, capaz de suprir até 15% da demanda global de biocombustíveis para navegação. Isso poderia evitar 170 milhões de toneladas de CO2 e atrair US$ 90 bilhões em investimentos.
A International Chamber of Shipping (ICS) demonstra preocupação com a falta de clareza regulatória na IMO, afirmando que a incerteza adia decisões cruciais para a indústria investir em combustíveis alternativos e tecnologias de descarbonização.
O Brasil deve aproveitar a COP30 para promover sua biotecnologia e bioenergia, segundo especialistas. Essa é uma oportunidade para demonstrar que as fontes de energia não representam riscos à produção de alimentos e que há complementaridade entre prato e tanque.
Fonte: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
