Nord alerta: Juros elevados e baixa margem ameaçam mercado de crédito privado

Crédito privado enfrenta ameaças com juros altos e spreads baixos, alerta Nord

Segundo Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord Investimentos, a manutenção da taxa Selic elevada no Brasil tem impulsionado o crédito privado a níveis perigosos. Com spreads em mínimas históricas, o segmento corre o risco de enfrentar eventos de crédito, como defaults e atrasos de pagamentos, especialmente diante de uma política econômica focada em altos gastos e subsídios para alguns setores.

A análise de Fontes destaca que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos passam por uma desaceleração econômica suave, porém com fatores de rigidez que impedem uma queda significativa nas taxas de juros. Isso resulta em um cenário com crédito caro e empresas com menor margem para investir, colocando em xeque a sustentabilidade do investimento em crédito privado.

Riscos e soluções para o cenário econômico

Marília Fontes expressa preocupação com a tendência de aumento de “eventos de crédito” em empresas como Ambipar, Braskem, Lojas Americanas e Light, caso a Selic permaneça elevada. O cenário econômico brasileiro aponta para uma dinâmica de “pé no acelerador”, com altos gastos fiscais, e “pé no freio” monetário, refletido em taxas de juros elevadas, desestimulando o investimento produtivo em favor da renda fixa.

A concessão de subsídios e benefícios fiscais, especialmente em títulos de agronegócio e infraestrutura, é apontada como uma tentativa do governo de manter a atividade econômica. No entanto, a falta de uma política fiscal que garanta a sustentabilidade da dívida pública e o cenário de altos juros colocam o Brasil em um ciclo de taxas elevadas, previstas em torno de 12% pelo mercado.

Perspectivas internacionais e limitações para cortes de juros

A perspectiva global também contribui para a manutenção dos juros altos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A desaceleração econômica nos EUA e a pressão inflacionária proveniente das tarifas comerciais dificultam a redução das taxas de juros no FED, o que impacta diretamente o cenário brasileiro.

A conexão direta entre a taxa de juros brasileira e a dos EUA limita os cortes no Brasil, mantendo a taxa de juros presa a um piso. A falta de planos para corte de gastos nos EUA, somada ao alto déficit público, pressiona os juros de longo prazo, influenciando a política monetária brasileira.

Conclusão

Diante desse cenário complexo, o crédito privado enfrenta desafios significativos, com o risco de eventos de crédito aumentando e a sustentabilidade dos investimentos sendo questionada. A interação entre políticas fiscal e monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, cria um ambiente de incerteza que impacta diretamente as decisões de investimento e o panorama econômico global. A busca por títulos isentos de Impostos e a manutenção de altos gastos fiscais parecem ser os principais pilares que sustentam a atual dinâmica econômica, colocando em xeque a saúde do mercado de crédito privado.

Fonte: InfoMoney

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

AmdJus - Portal de contabilidade online
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.