Banco Central investe em segurança do Pix após ataques virtuais
O Banco Central (BC) tem nove servidores dedicados à segurança do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que sustenta o Pix. O sistema movimenta cerca de R$ 2 trilhões mensalmente, atendendo mais de 160 milhões de pessoas por MEIo de 919 participantes, entre diretos e indiretos.
De acordo com auditores do BC, a baixa quantidade de servidores na equipe de segurança é um ponto frágil, já que cada funcionário precisa acompanhar mais de cem instituições. Recentemente, ataques desviaram R$ 1,5 bilhão, parte deles realizados por Prestadoras de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs) conectadas ao Pix. Atualmente, cerca de 150 instituições usam 9 PSTIs autorizadas pelo Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf).
Medidas do Banco Central para ampliar segurança
O BC anunciou novas regras para fortalecer a segurança do Pix. Entre elas estão a imposição de limite de R$ 15 mil para operações de TED e Pix realizadas por instituições de pagamento não autorizadas, exigência de capital mínimo de R$ 15 milhões para credenciamento de prestadores e antecipação do prazo final de solicitação de autorização de funcionamento para 2026.
As transações acima de R$ 15 mil serão bloqueadas automaticamente. Atualmente, a estrutura do BC conta com 11 servidores dedicados ao desenvolvimento evolutivo do Pix, 12 na operação diária e apenas 9 na segurança.
Debate sobre autonomia do Banco Central
A Associação Nacional dos Auditores do Banco Central do Brasil (ANBCB) defende a PEC nº 65/2023, conhecida como PEC do Pix, que propõe transformar o BC em instituição com autonomia técnica, administrativa, orçamentária e financeira. A entidade aponta que a mudança permitiria mais flexibilidade na contratação de funcionários e investimentos em tecnologia.
Nos últimos dez anos, o quadro de servidores do BC diminuiu em 33%. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que o governo retomou concursos públicos para o BC, com 100 vagas abertas em 2024 e previsão de mais concursos para 2025 e 2026.
Impacto da falta de servidores na supervisão
A falta de servidores também impacta a supervisão das 1.919 instituições financeiras reguladas pelo BC. Enquanto várias acompanham os maiores bancos, alguns servidores monitoram até 70 fintechs. Isso contribui para episódios como o ataque hacker na Soffy e a investigação de lavagem de dinheiro no BK Bank.
A Febraban elogiou o sucesso do Pix, mas pediu que o BC fortaleça a supervisão das instituições menores, consideradas vulneráveis a atividades criminosas. O BC enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento do Pix, modernização das operações e limitações de pessoal e orçamento.
Conclusão
O Banco Central está tomando medidas para ampliar a segurança do Pix após ataques virtuais que desviaram milhões de reais. A falta de servidores na área de segurança e supervisão das instituições financeiras tem sido uma das principais preocupações. A aprovação da PEC do Pix e a retomada de concursos públicos para o BC são algumas das ações em debate para fortalecer a estrutura e garantir a segurança do sistema financeiro.
Fonte original: Jornal Contábil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
