Tarifas de Trump: impacto menor no PIB brasileiro com lista de exceções
Apesar da ordem de tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil, a extensa lista de exceções trouxe um alívio ao Produto Interno Bruto (PIB) do país. De acordo com a XP, 42% das exportações brasileiras para os americanos estão na lista de exceção, reduzindo o impacto inicialmente estimado em 0,30 p.p. para cerca de 0,15 p.p.
Com a vasta exclusão de produtos, como o suco de laranja, o economista-chefe da XP, Caio Megale, afirmou que o impacto macroeconômico, já pequeno, ficou ainda menor. Ele ressaltou que a exclusão de produtos como o suco de laranja teria um efeito significativo nos EUA, onde a maioria do produto consumido é proveniente do Brasil.
Durante a live “Tarifas de Trump – Política, economia e investimentos: o que muda?”, Caio Megale e outros especialistas da XP analisaram o impacto das tarifas no cenário econômico, apontando que as exclusões reduziriam as projeções de exportações do Brasil para os EUA em aproximadamente US$ 3,5 bilhões em 2025, conforme estudo da XP.
Consequências para empresas brasileiras e o mercado financeiro
A Embraer foi apontada como uma das empresas mais impactadas pelas tarifas, devido a 60% de sua receita ser destinada aos EUA. Com a inclusão de 565 artigos de aviação civil na lista de exceções, o impacto sobre a empresa foi mitigado, evitando o aumento do Imposto de importação nos EUA.
O estrategista de ações da XP, Rafael Figueredo, observou que desde o início do segundo mandato de Donald Trump, o mercado já aguardava volatilidade, agravada pelas tarifas retaliatórias. Figueredo destacou a necessidade de diversificar a exposição ao mercado global devido à vulnerabilidade em relação aos EUA.
Impacto da taxa Selic e corrida eleitoral
Figueredo também analisou os efeitos da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15%, indicando a expectativa de queda da taxa de juros para o próximo ano. Ele ressaltou que a queda da Selic poderia beneficiar as empresas cíclicas, melhorando o cenário de renda variável.
Com a proximidade das eleições, o head de análise política da XP, Paulo Gama, destacou que a corrida eleitoral já está em pauta, considerando o impacto das decisões políticas nos eventos econômicos. As tarifas, apesar de trazerem ganhos para a avaliação do governo, podem ter efeitos temporários no cenário eleitoral.
Recomendações de investimento para o segundo semestre
Diante da instabilidade política e econômica, as recomendações de investimento da XP para o segundo semestre incluem a continuidade do investimento em renda fixa, aproveitando os juros elevados, e a introdução gradual de investimentos em renda variável para os investidores mais experientes. A análise aponta para a expectativa de quedas na taxa Selic e oportunidades no mercado de renda variável.
Em MEIo a eventos econômicos e geopolíticos, o cenário de investimentos no Brasil passa por ajustes em resposta às decisões de política internacional, taxas de juros e expectativas eleitorais. A análise detalhada dos especialistas da XP reflete a busca por estratégias que possam maximizar rendimentos e minimizar os impactos das incertezas nos mercados financeiros.
Fonte: Estadão
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
