Política monetária: Perspectiva da Selic em queda não sinaliza mudanças a curto prazo

Banco Central não zera contagem restritiva da Selic a cada reunião, afirma Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que a instituição mantém a expressão “bastante” em suas comunicações há “algum tempo”, defendendo uma política de juros restritiva por período prolongado. Ele enfatizou que essa contagem não é zerada a cada reunião de política monetária.

Galípolo, em evento promovido pela XP Investimentos, destacou que o BC ainda não tem um sinal claro sobre qual será o próximo passo em relação aos juros básicos, pois está analisando constantemente a evolução dos dados em cada encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Inflação e política monetária

O presidente do BC ressaltou que o processo de convergência da inflação à meta está ocorrendo de forma lenta. Galípolo reafirmou a importância de manter uma postura conservadora por parte do Banco Central diante desse cenário.

Desde junho deste ano, o BC tem defendido uma política contracionista de juros por um período prolongado, com a última elevação da Selic ocorrida nesse mês, alcançando 15% ao ano. Em julho e setembro, a instituição manteve os juros básicos nesse patamar, avaliando se seria suficiente para controlar a inflação.

Perspectivas econômicas

Mesmo em novembro, com a Selic mantida em 15%, o BC demonstrou convicção de que esse nível é adequado para atingir o objetivo de controle inflacionário. Galípolo reforçou a importância de manter a taxa de juros no atual patamar por um período prolongado.

O presidente do Banco Central enfatizou que a inflação ainda não está alinhada com a meta estabelecida pela instituição, e que as expectativas e projeções estão aquém do desejado.

Mercado de trabalho e economia nacional

Galípolo destacou que analisar o mercado de trabalho no Brasil não tem sido uma tarefa simples, porém, ressaltou que diversas métricas indicam que ele está aquecido. O presidente do BC enfatizou a necessidade de manter uma postura humilde e conservadora diante desses indicadores.

O déficit em transações correntes foi apontado por Galípolo como um indicativo de uma economia brasileira resiliente. Ele ainda mencionou as vendas recordes da Black Friday e o aumento das transações com Pix como exemplos desse cenário.

Reservas internacionais e câmbio

Sobre as reservas internacionais do Brasil, Galípolo informou que a valorização do ouro nos últimos tempos aumentou o valor dessas reservas, embora essa não seja a finalidade principal da autoridade monetária. O presidente do BC destacou a importância da diversificação adequada dos ativos.

Galípolo também reforçou que o BC está satisfeito com o sistema de câmbio flutuante e que intervenções cambiais são realizadas apenas em casos de disfuncionalidades, mantendo o foco na estabilidade do mercado cambial.

Ao abordar esses diversos aspectos da economia nacional e da política monetária, Gabriel Galípolo reforça a postura cautelosa do Banco Central diante do cenário econômico atual. A análise contínua dos dados e a manutenção da Selic em um patamar restritivo por um período prolongado demonstram a preocupação da instituição em cumprir seus objetivos de controle da inflação e estabilidade econômica.

Fonte original: InfoMoney

Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.

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