Alívio na inflação de alimentos em 2025 não deve se repetir em 2026, afirmam especialistas
Economistas apontam que a alta nos preços das carnes e a influência cambial serão fatores de pressão no próximo ano. Em 2025, o cenário favorável para a alimentação no domicílio contribuiu para a desinflação do IPCA, que deve fechar abaixo do teto da meta inflacionária de 4,5%.
No entanto, a expectativa para 2026 não é tão positiva, conforme analistas consultados. O setor de alimentação no domicílio não terá um cenário tão benigno quanto o deste ano, principalmente devido à dinâmica da carne bovina. Em 2025, até outubro, os alimentos acumularam alta de 4,53%.
O alívio nas carnes, a apreciação cambial e a boa safra do ano foram alguns dos elementos que contribuíram para a moderação nos preços dos alimentos neste ano. Foram cinco meses seguidos de queda nos preços do subgrupo, destacando a atípica surpresa para baixo nos alimentos em 2025.
De acordo com João Fernandes, economista da Quantitas, a dinâmica do boi gordo foi um dos fatores que influenciaram a redução dos preços da carne bovina. Por isso, a projeção para a alimentação no domicílio em 2026 foi reduzida de 5,5% para 4,9%.
Para o próximo ano, a expectativa é de elevação nos preços da carne, impulsionada pelo dinamismo das exportações e do ciclo do boi, mesmo que haja incerteza quanto a isso. A apreciação do câmbio e a menor pressão nos preços das carnes dificilmente se repetirão em 2026, segundo Fabio Romão, da 4intelligence.
A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andrea Angelo, também aponta que a trajetória favorável da inflação de alimentos em 2026 deve ser diferente, projetando uma alta de 6% para o período. A taxa de câmbio, estimada em R$ 5,40 para os próximos dois anos, não terá um peso significativo na inflação de alimentos no próximo ano, segundo Angelo.
Diante desse cenário, a expectativa é de que os preços dos alimentos, especialmente das carnes, voltem a subir em 2026, após um período de moderação em 2025. Os próximos meses serão determinantes para observar como esses fatores vão influenciar a inflação e a economia como um todo no próximo ano.
Fonte: CNN Brasil
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