Parlamento Francês reitera oposição ao acordo Mercosul-UE
A Assembleia Nacional da França reafirmou sua oposição ao acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Os deputados aprovaram uma resolução para constituir uma minoria de bloqueio no Conselho da União Europeia.
O Parlamento francês também solicitou ao governo federal que recorra à Corte de Justiça da União Europeia para verificar a conformidade do acordo com os tratados da União, considerando aspectos como a divisão do acordo, o mecanismo de reequilíbrio proposto e o princípio da precaução.
Resistência à Liberalização do Comércio
A oposição dos deputados franceses se baseia no risco de exposição dos agricultores franceses a uma concorrência internacional considerada desleal, devido a normas ambientais e sociais menos rigorosas fora da União Europeia. Eles apontam que a liberalização do comércio de produtos agrícolas poderia aumentar as emissões de gases de efeito estufa e poluições ambientais, contrariando os objetivos climáticos da União Europeia e da França.
Impactos na Agricultura Local
A resolução destaca que a pressão para redução de preços e a volatilidade do mercado podem afetar a renda dos agricultores locais, ameaçando a sobrevivência das pequenas propriedades. Além disso, aponta que a abertura às importações agrícolas poderia comprometer a diversidade e a qualidade, características marcantes da agricultura francesa.
Próximos Passos e Previsões
Mesmo com a posição contrária da França, a assinatura do acordo Mercosul-UE depende de aprovação do Conselho da União Europeia e do Parlamento Europeu. O ministro das Relações Exteriores do Brasil prevê a assinatura para 20 de dezembro, ressaltando a importância do compromisso comercial entre os blocos.
A questão continua gerando debates sobre os impactos econômicos, ambientais e sociais da integração comercial entre os países envolvidos. A resistência francesa evidencia a preocupação com potenciais consequências negativas para a agricultura local e para os objetivos de sustentabilidade estabelecidos pela União Europeia.
Fonte: Valor Econômico
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
