“Job Hugging”: O Fenômeno do Segurando Emprego
A instabilidade econômica nos Estados Unidos tem impulsionado um movimento chamado “job hugging”, onde trabalhadores optam por permanecer em seus empregos atuais, mesmo diante de oportunidades de crescimento. Esse comportamento marca uma mudança em relação ao padrão anterior de “job hopping”, onde a troca frequente de empregos era comum em busca de melhores salários ou desafios diferentes.
De acordo com o Monster 2025 Job Hugging Report, 75% dos profissionais entrevistados planejam manter seus empregos até 2027, sendo que 48% atribuem essa decisão ao medo do cenário econômico. O aumento dessa prática é notável, com 59% dos entrevistados observando mais “apego ao emprego” no último ano, e 63% esperando um crescimento desse comportamento em 2026. Os principais motivos citados são a remuneração e a segurança no emprego.
O Movimento da “Permanência Estratégica”
Mesmo permanecendo nos mesmos empregos, os trabalhadores continuam atentos ao mercado, optando por avaliar oportunidades com mais cautela. Esse movimento, conhecido como “permanência estratégica”, permite que os profissionais mantenham a estabilidade financeira enquanto desenvolvem novas habilidades internamente ou em projetos paralelos.
Para especialistas, o “job hugging” não representa falta de ambição, mas sim uma busca por previsibilidade e segurança em um mercado instável. O fenômeno pode ser visto como uma rede de proteção emocional para muitos profissionais.
Impactos e Lições para a Carreira
Embora a permanência prolongada traga benefícios como estabilidade e acúmulo de conhecimento, também apresenta limitações. O estudo aponta que 26% dos profissionais temem perder oportunidades melhores, 25% citam o risco de burnout e outros 25% mencionam um impacto negativo no desenvolvimento profissional.
Apesar disso, culturalmente, o “job hugging” é bem-visto, com 49% dos entrevistados considerando o comportamento como positivo, enquanto apenas 7% o veem de forma negativa.
Reflexos no Mercado de Trabalho Brasileiro
O fenômeno observado nos Estados Unidos traz reflexões importantes para o mercado brasileiro, especialmente para contadores, gestores financeiros e líderes de equipes. Em um cenário de instabilidade, cresce a tendência de retenção voluntária ou estratégica, demandando maior atenção das empresas à saúde organizacional e aos planos de carreira.
Para escritórios contábeis e setores financeiros, o “apego ao emprego” pode garantir estabilidade operacional, mas também pode resultar na acumulação de demandas sem renovação de competências. Isso enfatiza a necessidade de atualização constante, treinamento e revisão de processos, especialmente em áreas afetadas por mudanças frequentes e novas legislações.
Em resumo, o “job hugging” surge como uma resposta à incerteza econômica global, destacando a importância da formação contínua, atualização de competências e construção de alternativas profissionais para os profissionais se adaptarem a um mercado de trabalho volátil e em constante transformação.
Fonte: Jornal Contábil
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
