Ex-diretora do Fed renunciou sob investigação por violação ética
Documentos revelam que Adriana Kugler, ex-diretora do Federal Reserve (Fed), deixou o cargo em MEIo a uma investigação por violação de regras éticas da instituição. A renúncia de Kugler abriu espaço para a nomeação de um aliado de Donald Trump para o banco central dos Estados Unidos.
Durante as últimas semanas de seu mandato, Kugler tentou resolver questões relacionadas às suas participações financeiras, buscando uma dispensa das regras éticas do Fed. No entanto, seu pedido foi negado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e ela não participou da reunião de política monetária de julho. Poucos dias depois, anunciou sua renúncia.
Documentos do Escritório de Ética Governamental revelaram que Kugler realizou negociações proibidas de ações, incluindo transações durante períodos de blackout do Fed, violando as regras de ética da agência. As autoridades do Fed encaminharam o caso ao inspetor-geral da instituição e se recusaram a certificar as declarações financeiras de Kugler, apresentadas após sua renúncia.
A renúncia de Kugler permitiu a Trump antecipar a indicação de um aliado para o conselho do Fed, em MEIo à pressão do presidente por cortes nas taxas de juros. O cargo foi ocupado por Stephen Miran, conselheiro de Trump, que defende reduções rápidas nas taxas de juros.
Kugler, nomeada para o Fed em 2023 pelo presidente Joe Biden, não quis comentar sobre o caso. Sua renúncia em agosto, seis meses antes do fim de seu mandato, ocorreu após faltar à reunião de julho, alegando “questões pessoais”.
Os novos documentos revelam que Kugler realizou negociações não reveladas em 2024 de ações individuais, algumas durante períodos de blackout do Fed, como a compra de ações da Cava dias antes de uma reunião importante. Essas transações foram consideradas violações das regras de ética da agência.
O presidente do Fed, Jerome Powell, implementou regras mais rígidas de investimento e negociação para autoridades e altos funcionários da instituição em 2022, visando aumentar a transparência e fortalecer a confiança na imparcialidade e integridade dos formuladores de política monetária.
Senadores democratas e republicanos manifestaram opiniões divergentes sobre o caso, com a senadora Elizabeth Warren pedindo maior transparência e responsabilidade no Fed, e o presidente do Comitê Bancário do Senado, Tim Scott, defendendo a restauração da integridade e transparência na instituição.
Este episódio levanta questões sobre a conduta ética e a necessidade de reforçar as normas de conduta no Federal Reserve, uma das instituições financeiras mais influentes dos Estados Unidos. A investigação em andamento busca esclarecer as irregularidades cometidas por Kugler e garantir a integridade das operações do Fed no futuro.
Fonte original: InfoMoney
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
