Correios planejam fechar 700 agências e criar fundo de imóveis
A atual direção dos Correios tem como objetivo principal reduzir a folha salarial da empresa em R$ 2 bilhões por ano, buscando melhorar a situação financeira da empresa. Para alcançar essa meta, o plano inclui o fechamento de aproximadamente 700 agências e unidades logísticas, além do desligamento de 10 mil funcionários por MEIo de um plano de demissão voluntária (PDV).
Uma das estratégias de reestruturação é a criação de um fundo imobiliário em parceria com a Caixa Econômica Federal, visando a venda de 2.366 imóveis avaliados em R$ 5,4 bilhões. Esse fundo permitiria a venda dos imóveis, a obtenção dos recursos e posterior locação dos mesmos.
Além disso, o plano prevê a análise minuciosa das despesas fixas da empresa, com foco em áreas e departamentos com mão de obra ociosa, bem como em agências e unidades logísticas redundantes. Essa avaliação inclui não apenas a proximidade geográfica, mas também a rentabilidade de cada unidade.
A reestruturação dos Correios também está associada à negociação de um acordo coletivo com duas grandes confederações de trabalhadores. Durante a gestão anterior, cláusulas trabalhistas foram suspensas devido ao processo de privatização da empresa, e agora a intenção é rever esses benefícios.
No entanto, a atual direção dos Correios reconhece que apenas os cortes de despesas e a revisão de benefícios não serão suficientes para solucionar os problemas financeiros da empresa. Por isso, é fundamental ampliar as receitas, o que inclui a expansão dos serviços prestados em busca de novos clientes e a renovação do marketplace da empresa.
Estratégias para enfrentar a concorrência do mercado
Diante da evolução de grandes concorrentes como Mercado Livre e Amazon, que expandiram seus serviços para além das entregas e incluíram e-commerce e serviços bancários em seus portfólios, os Correios planejam readequar suas operações e buscar nichos de mercado não explorados pelos concorrentes. A ideia é criar um ecossistema próprio de negócio e repensar o marketplace da empresa.
Além disso, a empresa visa mudar a logística para ampliar a prestação de serviços ao governo, como o transporte de medicamentos e vacinas que exigem controle de temperatura, algo que não é realizado atualmente pela estatal. A busca por parcerias inovadoras no mercado também faz parte da estratégia, visando ganhar agilidade e oferecer soluções diferenciais aos clientes.
A oferta de serviços financeiros é outra aposta dos Correios, que planejam fechar parcerias com bancos para viabilizar essa expansão. Essas parcerias, inclusive, não necessitam de processo de licitação, facilitando a implementação das novas iniciativas.
Potencial de crescimento com parcerias e expansão de serviços
A atual direção da empresa acredita que as parcerias com empresas privadas em diferentes áreas de negócios dos Correios podem contribuir significativamente para a sustentabilidade financeira da empresa, permitindo inclusive a entrada de capital privado e ajustes societários conforme necessário. A busca por soluções inovadoras e sustentáveis é uma das premissas para o futuro dos Correios no cenário competitivo atual.
Diante desse contexto, o plano de reestruturação dos Correios visa não apenas resolver os problemas financeiros da empresa, mas também posicionar a estatal de forma estratégica no mercado, buscando crescimento, inovação e maior eficiência operacional. A implementação dessas mudanças tende a impactar não só a empresa, mas também o setor como um todo, trazendo novas oportunidades e desafios para a logística e serviços postais no Brasil.
Fonte: InfoMoney
Publicado por Redação AmdJus, com base em fontes públicas. Saiba mais sobre nossa linha editorial.
