Receber o 13º salário: um passo importante, mas cheio de armadilhas financeiras
A chegada do 13º salário neste final de ano promete injetar R$ 321,4 bilhões na economia brasileira, segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse valor equivale a cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e será distribuído entre 92,2 milhões de trabalhadores, com um rendimento médio adicional de R$ 3.096,78.
Apesar do otimismo que o 13º traz, especialistas alertam para as armadilhas que os juros elevados e o consumo impulsivo representam. Com promoções de fim de ano e o crédito ainda caro, é preciso cautela na hora de utilizar essa renda extra para evitar que ela se transforme em dívidas futuras.
Especialistas do Procon-SP alertam que, mesmo com a manutenção da Selic em 15% ao ano, o crédito continua caro. A taxa média do empréstimo pessoal atingiu 8,16% ao mês, enquanto o cheque especial permanece em 8%. Diante desse cenário, o consumidor deve avaliar se suas compras são realmente necessárias e evitar gastos impulsivos.
A orientação dos especialistas é clara: priorize o uso do 13º para quitar dívidas antigas, especialmente aquelas com juros elevados, como as do cartão de crédito ou cheque especial. Essa estratégia tende a trazer mais benefícios do que a aquisição de novos produtos parcelados.
O economista Ahmed Khatib destaca que o 13º não deve ser encarado como um dinheiro extra, mas sim como parte do orçamento anual. Para ele, a prioridade deve ser quitar dívidas caras, pois isso traz um retorno financeiro maior do que qualquer investimento. Além disso, ele alerta para a importância de lidar com os aspectos emocionais relacionados ao uso desse benefício, pois o cérebro tende a interpretá-lo como uma recompensa, estimulando o consumo impulsivo.
Diante desse contexto, é fundamental adotar estratégias para evitar o consumo impulsivo, como adiar decisões de compra por 48 horas e questionar-se sobre a real necessidade do produto desejado. Reservar uma parte do 13º para pequenos prazeres também é recomendado, desde que feito de forma consciente.
Para quem está com as contas em dia, os economistas sugerem algumas formas de utilizar o 13º com racionalidade, como quitar dívidas com juros altos, criar uma reserva de emergência, planejar o uso do dinheiro antecipadamente e evitar comparações sociais excessivas durante as festas de fim de ano.
É importante lembrar que o 13º salário é um direito dos trabalhadores formais, rurais, domésticos e urbanos, além de aposentados e pensionistas do INSS. Utilizado de forma estratégica, esse benefício pode ser uma ferramenta para iniciar o próximo ano com as Finanças mais equilibradas, preparando-se para os gastos tradicionais do período, como Impostos e despesas escolares.
Em suma, a chegada do 13º é um momento crucial para garantir estabilidade financeira, desde que seja utilizado com inteligência. Com planejamento e controle emocional, essa renda extra pode se tornar um aliado na conquista de uma maior tranquilidade financeira e na redução de dívidas.
Fonte: CNN Brasil
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