O mercado de seguros patrimoniais, como residencial e automóvel, está passando por transformações para atender às demandas do novo perfil de consumidor no Brasil. Segundo o relatório World Property & Casualty Insurance Report 2025, da Capgemini, 49% dos brasileiros têm a intenção de aumentar seus gastos com melhorias no estilo de vida, acima da média global de 45%.
Esse interesse dos consumidores em melhorar sua qualidade de vida está relacionado à percepção de que a população está envelhecendo e vivendo mais. Com a urbanização brasileira estimada em 92% até 2050, surgem novos desafios para a precificação de riscos no mercado de seguros.
Um dos desafios enfrentados pelas seguradoras é a integração de dados climáticos, com 89% delas no Brasil classificando isso como prioridade, devido à frequência crescente de eventos climáticos extremos. Essa preocupação é fundamental para entender e precificar os riscos em diferentes regiões, tornando algumas áreas virtualmente “inseguráveis”.
Além disso, há uma tendência de “hiperpersonalização” na avaliação de riscos, com 46% das seguradoras brasileiras focando em uma modelagem mais detalhada. Essa abordagem mais granular impacta diretamente na precificação e na comunicação com os clientes, permitindo uma análise mais precisa dos riscos em nível de bairro ou rua.
O estudo também revela que 45% dos brasileiros não planejam comprar ou reformar suas casas, em contraste com a média global de 70%. Esse cenário reflete a situação socioeconômica do país, onde ter a casa própria ainda é um símbolo de conquista e status, devido à desigualdade e ao déficit habitacional.
Diante do envelhecimento da população e da convivência entre gerações, as seguradoras já estão se preparando para oferecer seguros e serviços mais adequados às famílias multigeracionais. Essas soluções podem incluir apoio para mobilidade e monitoramento dentro das residências, acompanhando as novas formas de convivência familiares.
Apesar da necessidade de inovação, apenas 14% dos executivos de seguradoras no Brasil consideram estar bem-posicionados em termos de desenvolvimento de novos produtos, em comparação com a média global de 35%. No entanto, o país avançou na maturidade dos canais de distribuição, principalmente através dos corretores e das instituições financeiras.
A CNseg tem como meta aumentar em 20% o número de pessoas atendidas por seguros no país até 2030, incluindo modalidades como Previdência aberta, saúde suplementar e capitalização. A expectativa é que o pagamento de indenizações e demais benefícios alcance 6,5% do PIB brasileiro até 2030, impulsionando o crescimento do setor e ampliando o acesso da população aos serviços de seguros.
Em resumo, o mercado de seguros no Brasil está se adaptando às novas demandas dos consumidores, incorporando tecnologias e estratégias para oferecer uma experiência personalizada e adequada às mudanças demográficas e sociais. O desafio agora é continuar inovando e expandindo o acesso ao seguro para mais brasileiros.
Fonte: Exame
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